A Polícia Civil busca imagens de dias anteriores à morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, circulando dentro do Carrefour do bairro Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, onde foi espancado até a morte na noite de quinta-feira (19). A diretora do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, delegada Vanessa Pitrez, afirma que o trabalho é minucioso já que os policiais precisam analisar horas de filmagens. Algumas testemunhas afirmam que viram a vítima dias antes do crime no supermercado, porém, sem precisar data e hora.
— Algumas pessoas se referem a desavenças de dias anteriores, mas não sabem dizer qual dia e hora. Como todas as imagens das câmeras são de cima, há dificuldade de identificar a pessoa, estamos vendo detalhadamente toda as filmagens para tentar identificar algo — explica a delegada.
Uma fiscal de caixa de 28 anos que disse ter se sentido intimidada por João Alberto, ouvida sábado (21) pela polícia, contou que soube por colegas que João esteve no supermercado no domingo embriagado e que teria importunado outros clientes. GZH publicou detalhes desse depoimento nesta segunda-feira (23). Na ocasião, a mulher conta que teriam solicitado a ele que se retirasse. A polícia ainda não confirma essa informação e esse episódio ainda está sendo apurado. Caso se confirme, pode revelar uma desavença anterior de João Alberto na loja.
Na avaliação de Vanessa, chegar à motivação das agressões é o principal desafio do inquérito comandado pela 2ª Delegacia de Polícia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), já que os principais envolvidos na ação estão presos. A polícia também pediu autorização da Justiça para ouvir novamente os dois homens detidos preventivamente: o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges. Ambos estão presos por homicídio triplamente qualificado. No primeiro depoimento, na noite do crime, eles ficaram em silêncio. Paralelo a isso, os investigadores verificam eventuais responsabilidades de testemunhas que não prestaram socorro à João Alberto.
Entre o final desta semana e o começo da próxima, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) deve divulgar o laudo com a causa da morte de João Alberto. As análises iniciais apontam para asfixia como motivo da morte mais provável. A conclusão não é definitiva, pois existem exames laboratoriais em andamento.