A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (26), operação para desarticular uma organização criminosa que fez ataques cibernéticos contra sistemas de mais de 90 instituições no Rio Grande do Sul, além de outros órgãos públicos e servidores de outros Estados. Inclusive, dados do presidente Jair Bolsonaro e de sua família.
Cerca de 20 agentes cumprem três mandados de busca, sendo um em Fortaleza, no Ceará, e outros dois no Rio Grande do Sul: em Porto Alegre, na casa de um adolescente de 17 anos, e em Nova Bassano, na Serra, na residência de um jovem de 19 anos.
A Operação "Capture The Flag" tem o objetivo de combater o grupo de hackers que se intitula "Digital Sp4c3" e que teria se especializado na invasão de sistemas informatizados de órgãos públicos para expor dados privados de servidores e autoridades. A PF já contabilizou pelo menos 200 mil vítimas em todo o país, entre pessoas e instituições.
No Estado, são 90 entidades vítimas — incluindo 45 prefeituras, 31 câmaras e um órgão público, sendo a maioria pequenos municípios no norte e noroeste gaúcho. Os crimes ocorreram também no Rio de Janeiro e em Goiás, além da invasão, segundo a PF, do sistema online do governo paranaense.
Os alvos da operação estão tendo computadores, celulares, diversas mídias e documentos apreendidos. Há indícios, ainda, da prática de outros crimes cibernéticos por parte dos hackers, como compras fraudulentas pela internet e fraudes bancárias. Também são apurados os crimes de invasão de dispositivo informático, corrupção de menores, estelionato e organização criminosa.
O nome da operação se dá em razão de uma competição na área de pentest (testes de invasão). Os participantes precisam encontrar vulnerabilidades em sistemas e redes de comunicação, que são as "bandeiras" que eles precisam capturar.