Fabrício Santos da Silva, o Nenê, está desde a noite desta terça-feira (31) usando uma tornozeleira eletrônica e cumprindo pena em prisão domiciliar. O apenado é um dos principais líderes de facção criminosa que tem base no Vale do Sinos e atua no Rio Grande do Sul.
Por meio de uma medida judicial, ele recebeu o benefício por estar inserido no grupo de risco de contaminação pela covid-19. O Ministério Público pretende recorrer da decisão por entender que o preso é de alta periculosidade, já que ele foi um dos responsáveis, por exemplo, por articular a escavação de um túnel para fuga em massa do Presídio Central, em Porto Alegre, no ano de 2017.
E foi do Presídio Central, onde cumpria pena no regime fechado, que Nenê saiu para ficar por pelo menos 90 dias em casa, mas com monitoramento eletrônico. Segundo o Poder Judiciário, ele tem problemas de hipertensão e a permanência dele em uma cadeia poderia colocar em risco outros apenados.
Por enquanto, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) - que confirmou a saída de Nenê para uma residência que não teve a localização divulgada por questões de segurança - informa que não há casos confirmados de contaminação pelo coronavírus dentro de presídios gaúchos. O período em que ele usará tornozeleira eletrônica pode ser reduzido ou prolongado conforme a pandemia.
Nenê foi um dos mais de 20 detentos transferidos há quase três anos para presídios federais na Operação Pulso Firme. Além de ser considerado pelas autoridades de segurança um dos dois mandantes da construção do túnel de 50 metros para fuga do Presídio Central, ele era responsável por comandar uma das galerias do local.
O Ministério Público Estadual informou que deve recorrer nos próximos dias sobre a saída do preso do regime fechado. O objetivo é ingressar com um agravo criminal na Justiça.