O assassinato de Felipe Martins Garcia, seis anos, morto a tiros na madrugada de segunda-feira (2), continua ecoando. Na manhã deste domingo, familiares a amigos do garoto fizeram uma caminhada pelo bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre.
Apesar de o crime ter ocorrido no bairro Ouro Verde, em Bento Gonçalves — cidade para onde a família havia se mudado há pouco mais de um mês — o lar de Felipe e dos pais era na Capital até o início deste ano.
Empunhando cartazes que, na maioria, ressaltavam o fato da vítima do crime ser uma criança e gritando em coro palavras como "justiça" e o nome do garoto assassinado, o grupo de cerca de 40 pessoas, além de outros quatro carros que acompanhavam a caminhada, circulou pelo bairro da Zona Norte.
A passeata começou na Rua Lauro Rodrigues, seguindo pelas avenidas Dr. Petrônio Portella e Delmar Rocha Barbosa, até chegar na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia. O grupo seguiu pela Baltazar até o acesso na Avenida Dr. Rubem Knijnik.
O fim do protesto pedindo justiça e celeridade nas investigações do crime foi no Parque Santa Fé. Depois de orações e uma salva de palmas dedicadas a Felipe, balões brancos e pretos foram soltos em memória do menino.
A morte ocorreu após o garoto ser baleado dentro do apartamento em que morava em Bento Gonçalves. De acordo com relato de testemunhas, quatro homens encapuzados teriam invadido o imóvel e disparado contra o pai da criança, de 28 anos, mas os tiros também atingiram o menino.
Felipe completaria sete anos no dia 13 de agosto. O crime ocorreu por volta das 2h20min de segunda-feira. De acordo com a Brigada Militar (BM), quando os policiais chegaram ao local, na Rua Bramante Mion, as vítimas já haviam sido socorridas e levadas ao Hospital Tacchini. O pai do menino foi atingido na altura de um dos ombros e sobreviveu. O menino chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
A Policia Civil ainda investiga as motivações do crime. Os pais de Felipe foram interrogados. E, conforme a delegada Maria Isabel Zerman Machado, que atende o caso, o envolvimento do pai da criança com o tráfico de drogas em Porto Alegre seria uma das linhas de investigação.