Laudo da Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a voz do porteiro que liberou a entrada do ex-policial militar Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (11) pelo jornal O Globo.
Documento obtido pelo jornal, assinado por seis peritos, também confirma que o áudio da portaria não sofreu edição. Além disso, o laudo atesta que a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no condomínio, após contato do porteiro, foi o policial reformado Ronnie Lessa — os dois estão presos, acusados de terem cometido o atentado contra a vereadora e o motorista.
No ano passado, um dos porteiros do condomínio disse à Delegacia de Homicídios que Bolsonaro, que tem casa no local, havia autorizado a entrada de Élcio. Depois, o funcionário voltou atrás na versão.
Nos depoimentos que prestou em outubro, o porteiro relatou que "Seu Jair", referindo-se a Bolsonaro, havia liberado a entrada do ex-PM no dia do assassinato. Ele também contou à polícia que Élcio havia pedido para ir à casa número 58, onde vivia o então deputado federal e atual presidente da República — que estava em Brasília naquele dia.
Agora, segundo O Globo, a perícia concluiu que foi outro funcionário do Vivendas da Barra que interfonou para Lessa para liberar a entrada do visitante. Antes do laudo da Polícia Civil, o Ministério Público do RJ já havia afirmado que a autorização para a entrada de Élcio foi dada por Ronnie Lessa.
Em novembro, em depoimento à Polícia Federal, o porteiro que citou Bolsonaro no caso alegou que cometeu um erro ao anotar o número da casa do presidente na planilha de visitantes.