A 1ª Vara do Júri de Porto Alegre confirmou, nesta quinta-feira (6), que Dionatha Bitencourt Vidaletti, 24 anos, é réu pelo assassinato de três pessoas da mesma família durante uma briga de trânsito no bairro Lami, zona sul de Porto Alegre. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público (MP) no dia 30 de janeiro - apenas quatro dias após o homicídio - e aceita naquele mesmo dia pelo Judiciário.
Preso preventivamente desde 28 de janeiro, Vidaletti responde pelos homicídios de Rafael Zanetti Silva, 45 anos, Fabiana Innocente Silva, 44 anos, e o filho do casal, Gabriel Innocente Silva, 20 anos. Ele ainda é réu por duas tentativas de homicídio contra pessoas que não ficaram feridas - a namorada de Gabriel e seu irmão, de oito anos. No entendimento da Promotoria, os dois também estavam na linha de tiro do autor do crime e correram risco.
Para o MP, os crimes tiveram três agravantes. O primeiro deles é motivo fútil, já que a investigação aponta que o crime foi cometido após uma batida lateral no veículo de Vidaletti. Também aponta perigo comum, por ter sido realizado em local e horário de circulação de pessoas, perto de casas e lojas. Por fim, recurso que dificultou a defesa das vítimas, já que, segundo a promotora Lúcia Helena Callegari, as vítimas "foram surpreendidas pela atitude do denunciado, que sacou a arma de fogo e desferiu disparos, dificultando reação de defesa ou fuga".
Na denúncia, a Promotoria não responsabiliza a mãe de Vidaletti. A conduta da mulher ainda está sendo analisada. É avaliado possível crime de fraude processual cometido por ela - tendo em vista que estava com o filho no momento dos assassinatos e que a arma usada para os disparos, de propriedade da família, jamais foi localizada.
Segundo a promotora, foi solicitada uma nova cópia da investigação, agora já concluída, para averiguar eventual crime cometido pela mãe de Vidaletti.
Inquérito finalizado
A denúncia foi oferecida ainda antes da finalização da investigação da Polícia Civil, que ocorreu nesta quinta-feira (6). Segundo a promotora, havia pressa para responsabilizar o autor do crime, tendo em vista que o réu está preso. O MP usou uma cópia do que a polícia havia apurado até aquele momento para formular as provas.
Agora, o indiciamento da polícia - com a apuração mais detalhada - será novamente analisado pelo Ministério Público para avaliar se há alguma alteração a ser tomada na denúncia.
Mesmo com a conclusão do inquérito, ainda serão anexados posteriormente os laudos periciais de necropsia, exame toxicológico e de balística. O delegado Rodrigo Pohlmann Garcia diz que aguarda pelos resultados que, segundo ele, são importantes, mas não conclusivos.
Procurada por GaúchaZH, a defesa do réu informou que não vai se manifestar.