O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi condenado nesta segunda-feira (20) a 40 anos de prisão em regime fechado pela juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, do Tribunal de Justiça de Goiás. A condenação se refere a denúncias relativas a estupros cometidos contra cinco mulheres durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).
Esta é a terceira condenação de João de Deus desde que uma vítima relatou ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, ter sido abusada sexualmente pelo médium. A entrevista foi ao ar em 7 de dezembro de 2018.
Em 2019, ele foi condenado a 19 anos e quatro meses de reclusão por quatro estupros e a quatro anos de prisão por posse ilegal de arma de fogo.
"Na dosimetria penal, a magistrada considerou o atenuante da idade do réu, que está com 77 anos. Contudo, esse fator foi compensado pelo agravante: ele cometeu a violência sexual em razão de seu ofício, sob o argumento de ministério da fé", afirmou o Tribunal de Justiça de Goiás em um comunicado.
João de Deus está preso desde dezembro de 2018, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Até hoje, mais de 350 relatos de crimes sexuais foram recebidos pelas autoridades.
A maioria das mulheres contou que o médium as chamava para um atendimento individualizado, num cômodo nos fundos da Casa Dom Inácio, local em que teriam ocorrido as violações. Há casos relatados de 1973 a 2019. João de Deus sempre negou as acusações, por meio de sua defesa.