O médium João Teixeira de Farias, o João de Deus, prestou depoimento pela primeira vez à Justiça, na terça-feira (2), sobre as denúncias de abuso sexual contra ele. A oitiva foi realizada no Fórum de Abadiânia, em Goiás, e durou cerca de duas horas.
Segundo o advogado Alberto Toron, representante do réu, ele negou as acusações e disse que nunca praticou abusos contra mulheres que frequentaram a Casa Dom Inácio Loyola, onde atendia pacientes em busca de cura espiritual. O depoimento foi tomado no primeiro processo aberto contra o médium.
Em março, a pedido da defesa, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou João de Deus a deixar o Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, para se internar em um hospital particular de Goiânia. Com base em relatórios médicos, os advogados alegaram que ele não tinha condições de regressar à cadeia. Em seguida, com o fim do tratamento, o tribunal determinou que o médium voltasse à prisão.
Denúncias
Até o momento, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou nove denúncias contra João de Deus, nas quais ele é acusado de crimes como estupro de vulnerável e violação sexual. Segundo o MP, os crimes ocorreram pelo menos desde 1990, sendo interrompidos em 2018, quando as primeiras denúncias foram divulgadas pela imprensa.