Após indiciamentos por violação sexual mediante fraude e de estupro de vulnerável, posse ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro e de pedras preciosas, mais um crime entrou para o rol de denúncias contra João Teixeira de Faria, o João de Deus. Uma mulher acusa o médium de 77 anos de tê-la estuprado, tentado assassiná-la com três tiros e jogá-la em um rio, em 1973.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (24), a mulher afirmou que quando tinha 17 anos acompanhou uma tia que buscava tratamento espiritual à Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). Na ocasião, o médium teria abordado a jovem e a levado de carro até uma área rural, próximo à cidade.
— Ele disse: "fica quieta, fica quieta. Vou só fazer uma limpeza espiritual".— relatou a mulher à reportagem. — Tirou o meu vestido, tirou minha calcinha e tirou a roupa dele toda — completou.
Sob uma ponte, João a teria estuprado. Ela afirma que após o abuso sofreu uma hemorragia, o que teria assustado o médium, que desferiu um golpe com uma pedra em sua cabeça e efetuou três tiros. Ainda ao Fantástico, ela conta que o médium jogou o seu corpo em um rio. Mais tarde, ela foi resgatada por um pescador.
— Falou pra minha tia que eu tinha fugido para não casar — afirmou.
O advogado do médium, Alberto Toron, afirmou à reportagem que as acusações não são acompanhadas de provas.
O Fantástico também tratou de outros casos pelos quais o médium já havia sido denunciado, entre eles o de ter sido o mandante de dois assassinatos, de tráfico de cocaína e de material radioativo (autunita, mineral que contém urânio). Segundo o Ministério Público (MP), os crimes não serão investigados, pois já prescreveram.
Desde o dia 21 de março, o líder religioso se encontra no Instituto de Neurologia de Goiânia, para um período inicial de quatro semanas de tratamento. Depois de finalizado este prazo, ele deve retornar ao Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, onde está preso desde 16 de dezembro. João de Deus é réu por violação sexual e estupro de vulnerável.