O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi condenado nesta quinta-feira (19) a 19 anos e três meses de prisão por abusos sexuais cometidos contra pacientes na Casa Dom Inácio de Loyola, o hospital espiritual que mantinha em Abadiânia (GO). A sentença, da juíza Rosângela Rodrigues, da comarca do município, é a primeira a ser aplicada por causa das denúncias de violência sexual. O médium já havia sido condenado antes, mas por posse ilegal de arma de fogo. Ele ainda responde a mais 10 ações penais por crimes contra mulheres, uma delas já concluída para sentença.
Procurado pela reportagem, o advogado do médium, Marcos Lara, informou que ainda não leu a decisão e que o fará antes de se manifestar.
João de Deus está preso desde dezembro do ano passado no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O caso veio à tona no dia 7 daquele mês, quando o Programa do Bial, da TV Globo, mostrou entrevistas de mulheres que alegaram ter sofrido abusos no hospital espiritual.
O Ministério Público de Goiás divulgou um e-mail para receber denúncias de eventuais vítimas. Até hoje, mais de 350 relatos de crimes sexuais foram recebidos pelas autoridades. A maioria das mulheres contou que o médium as chamava para um atendimento individualizado, num cômodo nos fundos da Casa Dom Inácio, local em que teriam ocorrido as violações. Há casos relatados de 1973 ao ano passado. João de Deus sempre negou as acusações, por meio de sua defesa.