No dia em que assume o comando da Brigada Militar (BM), o coronel Rodrigo Mohr Picon lida com um dos crimes que mais geram comoção na população: latrocínio. Nathana Stephany Marques Gay, de 23 anos, foi morta com um disparo de arma de fogo, na madrugada desta segunda-feira (18), em uma tentativa de assalto no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.
— Essa noite, na Cidade Baixa, tivemos esse crime que revoltou muito. É um crime que não tem explicação, matar uma menina por causa de um celular — analisou o comandante, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Informações iniciais davam conta de que Nathana teria resistido a entregar o celular ao ser abordada enquanto andava com duas amigas, próximo da esquina das ruas da República e Lima e Silva, e teria sido baleada na cabeça. Posteriormente, a mãe de uma das amigas da jovem esclareceu que Nathana, na verdade, correu ao ouvir o anúncio do assalto, mas voltou para ajudar a sua filha, que ficou paralisada.
A polícia trata o caso como latrocínio — crime que, em outubro, teve o menor número de casos registrados se comparado ao mesmo mês nos últimos 17 anos.
Para Picon, manter e melhorar os números são o foco e os desafios da gestão. Neste sentido, o trabalho das autoridades deve mirar a receptação de bens que são alvo dos criminosos, como celulares, e alerta:
— Toda vez que ela (pessoa) compra um celular ou produto barato demais, provavelmente ele é oriundo de um roubo e manchado de sangue — disse.
— Devemos atacar justamente onde esse celular é revendido. Estamos já com algumas operações na área Central e vamos estender ao Interior. Temos que atacar este bem que gera este tipo de crime — afirma Picon.