A Polícia Militar afirmou que "não há nenhum indicativo" de "participação do policial militar no triste episódio que vitimou a pequena Ágatha (Félix)", a menina de oito anos assassinada após ser atingida por um tiro na noite de sexta-feira (20), no Rio de Janeiro. A declaração foi dada pelo porta-voz da PM Mauro Fliess, em entrevista à TV Globo. Ele afirmou ainda que o governo do Rio está no caminho certo e que "não irá recuar".
— Não iremos recuar. O governo do Estado está no caminho certo, estamos reduzindo o número de homicídios dolosos e lamentamos profundamente que pessoas inocentes, como a Ágatha e como outras que já aconteceram no Estado do Rio de Janeiro, perderam suas vidas. Lamentamos profundamente e prestamos solidariedade às famílias — disse o porta-voz.
Ágatha morreu na madrugada de sábado (21), horas depois de ter sido atingida por um tiro de fuzil nas costas no Complexo do Alemão. Segundo informações apuradas pelo jornal O Globo, ela estava em uma Kombi, na noite de sexta, no momento em que foi baleada. A menina chegou a ser levada para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu.
Parentes da menina acusam a polícia de ter feito o disparo com o objetivo de acertar um motociclista, mas o tiro acabou atingindo a garota.
Em nota, a PM afirmou que a Coordenadoria de Polícia Pacificadora irá abrir um procedimento apuratório para investigar as circunstâncias da morte. De acordo com a polícia, os agentes dispararam ao revidar um ataque de criminosos. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
Após a morte, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Defensoria Pública e a Anistia Internacional criticaram as políticas de segurança pública do Rio. As entidades também manifestaram apoio à família da garota.
Corpo liberado
Por falta de funcionários habilitados para operar um equipamento, o corpo da menina passou quase todo o sábado (21) no Instituto Médico Legal (IML) do Rio.
O corpo chegou ao IML no fim da manhã e foi liberado, conforme o portal UOL, por volta das 21h30min.
De acordo com o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, não havia no plantão funcionários treinados para operar o scanner corporal. O equipamento, equivalente aos utilizados em aeroportos mais modernos, é usado para localizar o projétil, ou fragmentos de projétil, no corpo da vítima.