Um procedimento investigatório criminal foi aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar a ação da Polícia Federal (PF) que terminou com duas mulheres mortas, uma criança baleada na cabeça e um homem ferido — além de preso — em Cristal, sul do Estado, na madrugada de quarta-feira (17). A apuração ficará com o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial da Procuradoria da República no Estado.
Ainda na quarta-feira (17), o MPF requisitou esclarecimentos sobre as mortes e lesões à Superintendência Regional de PF. Isso significa que a Procuradoria solicitou detalhes dos fatos e da operação, com prazo de 24 horas para resposta.
A PF tem até esta quinta-feira para se manifestar oficialmente. Procurada, a corporação afirmou que considera o "procedimento normal e inerente às atribuições do MPF e irá prestar as informações solicitadas. Conforme já informado, todas as circunstâncias do fato estão sendo apuradas pela própria instituição".
Durante coletiva de imprensa na quarta-feira, o superintendente, delegado Alexandre Isbarrola, afirmou que no momento do confronto estava escuro, os carros dos alvos da campana tinham películas e não foi possível verificar de forma antecipada que havia crianças dentro dos veículos. Além do menino baleado, uma menina de 2 anos estava em outro carro, mas sofreu apenas pequenas escoriações.
Ele ressaltou que, se fosse percebido anteriormente que as duas crianças estavam com as mães — as duas mulheres que morreram no local —, os tiros não seriam efetuados. A PF não especificou mais detalhes da ofensiva em Cristal, apenas esclareceu que há provas suficientes do envolvimento do grupo com os ladrões de bancos e que as duas mulheres, além do homem preso, estavam na região para o resgate.
Também na quarta-feira, o Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (Sipef/RS) emitiu nota prestando solidariedade aos profissionais envolvidos na ocorrência, destacando que os policiais agiram de forma profissional, responsável e corajosa ao enfrentar criminosos que tinham por objetivo resgatar os responsáveis por um ataque a banco.