Correção: o governo do Rio Grande do Sul pretende usar recursos advindos da venda do prédio e do terreno onde fica a Corag para construir um novo presídio, e não transformar a estrutura existente em um presídio, como publicado entre as 16h54min e as 18h03min desta terça-feira, 18 de junho. O texto já foi corrigido.
Em meio a mais uma crise carcerária, o governo do Rio Grande do Sul pretende usar verbas da venda da extinta Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag) para construir um presídio, a fim de aliviar a carência de vagas.
A medida, descrita em um plano de emergência para desafogar o sistema penitenciário, será discutida pelo governador Eduardo Leite e o secretário da Administração Penitenciária, Cesar Faccioli, em reunião no Palácio Piratini, às 16h desta quarta-feira (19).
Localizada no bairro Glória, em Porto Alegre, a antiga gráfica foi extinta no início de junho de 2018.
O plano, que já está nas mãos do governador, inclui ações de curto (18 meses) e longo (40 meses) prazo e vários níveis de investimentos. A meta é gerar entre 10 mil e 12 mil vagas — número próximo ao atual déficit carcerário do Estado, que, em março, estava em 13 mil — e incluir o uso de outros prédios públicos ociosos, além da Corag.
— Nos próximos dias, vamos anunciar algumas ações para que possamos encaminhar uma solução para os presos que temos em delegacias e em viaturas — adiantou Leite na segunda-feira (17), em evento em que anunciou investimento em rodovias.
Nesta terça-feira (18), a Defensoria Pública do Estado informou que protocolou 690 pedidos para transferir presos que têm direito à progressão de regime do fechado para o semiaberto ou aberto. Faccioli — que sabia da solicitação, mas a esperava somente para próxima semana — reuniu-se à tarde com promotores de Execuções Criminais. A interlocutores, disse que aguardava o Judiciário para cumprir a medida.
Devido à falta de vagas, quase 200 presos estão detidos em viaturas e celas de delegacias de Porto Alegre e da Região Metropolitana nessa semana.