A empresária Daiana da Silva Peres, dona de um restaurante, passou por momentos de tensão e desespero na tarde desta sexta-feira (5). O filho dela de 13 anos estava dentro da agência bancária que foi atacada na cidade de Caraá, no Litoral Norte. Os bandidos fizeram reféns, obrigaram os clientes do banco a fazer um cordão humano e fugiram em um Hyundai iX35 preto.
— Tinha mandado meu filho para pagar um boleto para mim, estava servindo almoço, daqui a pouco uma cliente viu o movimento grande, e disse "Acho que tão assaltando o banco, fazendo um cordão humano". Aí fiquei desesperada, estava lá atrás na chapa e vim correndo, gritando "meu filho tá lá dentro" — afirmou a empresária.
O adolescente foi um dos reféns na ação dos bandidos.
— Tinha um deles com a arma apontada. Fecharam a porta e deixaram meu filho de refém. Foram os piores minutos da minha vida — relata Daiana.
Os ladrões fizeram um cordão humano para proteção e conseguiram escapar. Nenhum dos reféns sofreu ferimentos.
— Fui lá no banco, peguei ele, chorou, me abraçou. Uma tensão muito grande. Tá complicada a coisa, tá ficando difícil. É uma cidade tranquila, boa de se morar. Hoje já não ando mais. O medo é muito grande — declarou a empresária.
Luiz Presente, 58 anos, fechou a sua loja de produtos rurais no momento do assalto. Ele decidiu trazer pessoas que estavam na rua e protegê-las dentro do estabelecimento.
— Pensei que não fosse verdade, acontecer isso na nossa cidade. Eu olho para o lado, vejo bandidos com a arma na mão, botando o pessoal na rua. Aí botei umas pessoas para dentro da loja, nos escondemos atrás, foi o que conseguimos ver. Veio correndo para cá uma senhora, um menino, foi o que a gente conseguiu ver, mais nada. Não teve tiro, graças a deus, só levaram o dinheiro, não bateram em ninguém, nada — afirmou Presente, que é do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade.
Entenda o caso
Pelo menos oito ladrões atacaram uma agência do Banrisul e fizeram moradores reféns. Segundo informações preliminares da Brigada Militar, dois homens foram levados como reféns pelo grupo. A agência fica na Estrada Lourenço Correa Gomes, no Centro. Os criminosos fugiram em Hyundai iX35.
Além do Hyundai, os criminosos utilizaram outro carro e uma motocicleta. Na fuga, largaram miguelitos (pregos retorcidos usados para furar pneus) e liberaram os dois vigilantes do banco levados como reféns.
Os seguranças foram deixados no limite de Caraá com Santo Antônio da Patrulha. Segundo o prefeito da cidade, Nei Pereira dos Santos (MDB), os criminosos não usaram explosivos, mas conseguiram levar dinheiro do cofre e dos caixas eletrônicos.