O dentista Carlos Patussi, 52 anos, foi preso na tarde desta quinta-feira (25) no Fórum de Encantado, no Vale do Taquari. Ele responde pela morte do gerente do banco Sicredi de Anta Gorda, Jacir Potrich, 55 anos. Na última segunda-feira (22), o Ministério Público (MP) havia ingressado com pedido de prisão preventiva por coação no curso do processo. De acordo com o promotor responsável pelo caso, André Prediger, Patussi estava ameaçando testemunhas, principalmente, familiares do bancário.
— A viúva da vítima registrou um boletim de ocorrência. Ele chegou até a perseguir o carro dos familiares do bancário. Além disso, passou a se gabar e amedrontar outras pessoas da pequena cidade de Anta Gorda, dizendo que era para ter cuidado com ele — disse o promotor.
De acordo com o MP, a prisão ocorreu dentro do Fórum por coincidência, já que na tarde desta quinta haveria uma reunião entre a juíza e os advogados do dentista. Como o réu também apareceu para o encontro, o mandado foi cumprido dentro do prédio.
O advogado Paulo Olímpio Gomes de Souza, que defende Patussi, diz que ficou surpreso com a prisão e com o boletim de ocorrência feito pela esposa de Potrich.
— Carlos (Patussi) tem um prédio próximo ao local onde essa senhora está morando (a esposa de Potrich). A cidade é muito pequena e eles teriam se cruzado próximo de um posto de combustíveis. Foi apenas isso, mas ela registrou um boletim de ocorrência por ameaças — alegou o advogado.
Segundo Paulo Olímpio, Patussi estaria apenas limitando sua rotina a ir ao consultório, visitar a esposa no trabalho, se deslocar para a cidade de Arvorezinha, onde também atua e retornar para casa.
— Agora vamos analisar as alegações e ingressar com um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado — disse.
Patussi chegou a ser preso em 23 de janeiro em um apartamento em Capão da Canoa, no Litoral Norte, e foi solto oito dias depois, após solicitação da defesa.
No dia 11 de abril, a juíza Jacqueline Bervian aceitou a denúncia do Ministério Público por homicídio triplamente qualificado e Patussi virou réu pela morte do gerente do banco. O pedido de prisão preventiva foi negado na época e ele passou a responder em liberdade.
A Polícia Civil entregou ao Judiciário a conclusão do inquérito na quarta-feira (24). Ele foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Para os investigadores, por uma desavença pessoal, o dentista estrangulou a vítima dentro do quiosque no condomínio de três casas onde ambos residiam. Posteriormente, ocultou o cadáver, até hoje não encontrado.