Coragem é uma das características mais citadas pelos amigos ao falar do soldado Fabiano Heck Lunkes, que teve a trajetória de uma década na Brigada Militar interrompida na madrugada desta quinta-feira (25). O policial, de 34 anos, morreu durante um cerco a criminosos no interior de Campina das Missões, atingido no peito por um tiro de fuzil.
— Ele sempre foi uma pessoa muito corajosa, antes mesmo de entrar na BM. Desde pequeno tinha essa virtude. Era uma pessoa muito bem-quista pela sociedade, todo mundo queria ele muito bem, porque ele deixava transparecer isso — conta Henrique Lunkes, 32 anos, amigo de infância do soldado.
Pertencente ao 7º Regimento de Polícia Montada de Cerro Largo, no noroeste do Estado, o PM foi baleado ao participar de uma ação que interceptou a quadrilha que atacou a agência do Banco do Brasil de Porto Xavier, na tarde de quarta-feira (24). Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento.
Também amigo de infância da vítima, o gerente do Banrisul de Campina das Missões, Lucas Klein Welter, 33 anos, conta que Lunkes avisou sobre a presença dos criminosos no local. Em uma mensagem, disse que estava preocupado com o bancário:
— Ele me chamou e disse: "Ô guerreiro, cuida que esses caras que assaltaram o banco em Porto Xavier estão por aí, então cuida, tô preocupado contigo". E foi a última vez que falei com ele — lembra Welter.
Os dois amigos conheceram Lunkes em Cerro Largo, de onde o policial era natural e morava com a esposa, Graciela Nedel, e o filho de quatro anos, José Fernando. Segundo Henrique, a comunidade está comovida com o que o crime, assim como os familiares, que aos poucos chegam do Interior.
O corpo do soldado deve chegar a Cerro Largo por volta das 13h para o velório. Ainda não há definição de quando será o sepultamento, mas, segundo os amigos, deve ocorrer na sexta-feira (26).
— As pessoas precisam saber que ele era um cara que batalhou, colocou a vida dele em troca de salvar muitas pessoas. Que as virtudes dele e coragem não sejam em vão — diz Henrique.