A Polícia Civil de Passo Fundo, que investiga desde junho do ano passado pelo menos 50 pequenas quadrilhas que aplicam o golpe do bilhete, prendeu nesta quarta-feira (13) um suspeito de estelionato no município e também cumpriu mandados judiciais para apreender bens adquiridos pela quadrilha do investigado. Foram sequestrados três imóveis e três veículos, avaliados em R$ 1,6 milhão. O grupo tem pelo menos 13 integrantes que atuam em várias partes do Rio Grande do Sul e de pelo menos outros quatro Estados.
Ação é uma nova fase da Operação Pólis e cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Ronival da Silva de Oliveira, 38 anos. Segundo o delegado Ferreira, ele foi alvo da primeira etapa e mesmo assim seguia atuando em diversos estelionatos e adquirindo bens. Por isso, Oliveira foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Também foram cumpridos nesta quarta-feira seis mandados de busca e apreensão e quatro ordens judiciais de sequestro de três imóveis e mais três veículos. Além disso, foram localizados cerca de R$ 30 mil.
— Houve quebra de sigilos fiscal, financeiro e bancário dos investigados, onde foram apurados mais de 10 atos de lavagem de dinheiro, principalmente com o envolvimento de "laranjas". Os suspeitos, além de indiciados por nós (polícia), foram denunciados pelo Ministério Público — diz Ferreira.
A polícia diz que esta quadrilha movimentou durante cinco anos em diversas contas bancárias mais de R$ 1 milhão. Mas acredita que a movimentação financeira é maior porque valores obtidos em muitos golpes não foram depositados em agências. Ferreira diz que o objetivo, no final do processo judicial, é tentar leiloar os carros e imóveis dos condenados para ressarcir vítimas, bem como para reverter em materiais para a própria Polícia Civil.
Em relação a outros casos, a polícia já obteve o bloqueio de R$ 50 milhões com a apreensão de cerca de 120 veículos e de 70 imóveis de integrantes dos demais grupos investigados.
Operação Pólis
Esta é a quarta fase da Operação Pólis, iniciada em junho do ano passado e com desdobramento que iniciou na terça-feira (12) e se estendeu até esta madrugada. Na primeira fase da operação, o delegado Diogo Ferreira, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, desencadeou uma ação contra cerca de 150 estelionatários que se estabeleciam no município. Depois disso, a segunda fase foi em agosto do ano passado, com o bloqueio judicial de bens adquiridos pelos golpistas. A terceira etapa ocorreu em janeiro deste ano, quando houve a primeira ação para combater a lavagem de dinheiro e ainda as primeiras prisões desta operação. Em São Gabriel, foi detido um casal que causou prejuízos de R$ 3 milhões com o golpe do bilhete.