A Polícia Civil conquistou na Justiça o bloqueio de 142 bens da rede de golpistas que tem como base o município de Passo Fundo, no norte do Estado. São 82 imóveis e 60 veículos bloqueados após uma investigação que identificou 160 estelionatários que fizeram centenas de vítimas em golpes, como o do bilhete premiado, no Rio Grande do Sul e também em outros Estados.
Na manhã desta sexta-feira (17), cerca de 20 policiais civis cumpriram os bloqueios junto a cartórios. Os imóveis foram avaliados em mais de R$ 22 milhões e estão localizados em Passo Fundo, Ernestina, Mato Castelhano, São Leopoldo e nas cidades catarinenses de Balneário Camboriú, Itapema e Balneário Gaivota.
Segundo o delegado Diogo Ferreira, o objetivo da polícia é impedir, por meio dos bloqueios na Justiça, que os criminosos consigam novamente arrecadar recursos para fazer novas vítimas. Por isso, a ação foi apelidada de Imobilização.
— O foco é garantir a indisponibilidade dos bens para fins de eventuais vinculações na investigação da lavagem de dinheiro, para que se consiga o leilão dos imóveis e dos carros e o valor (seja) revertido para as vítimas serem ressarcidas ou para a polícia — afirma o delegado.
Na primeira fase da operação, em 16 de junho, mais de 400 policiais apreenderam mais de cem veículos, que estão avaliados em aproximadamente R$ 4 milhões. São 85 carros, alguns deles de luxo, como da marca Land Rover, 20 motocicletas, três jet skis, dois barcos, uma lancha e um caminhão.
A operação se diferenciou das demais realizadas pela Polícia Civil porque o delegado preferiu focar em descapitalizar a quadrilha e apreender bens a tentar prendê-los. Ferreira informou que muitas vezes os criminosos alvos da ação já haviam sido presos, mas ficavam pouco tempo detidos.
Por causa da grande concentração de criminosos em Passo Fundo, a polícia batizou a operação de Pólis, em alusão às antigas cidades gregas em que os primeiros crimes como este foram registrados.