Depois de deflagrar nesta quarta-feira (13) a quarta fase da Operação Pólis, que desde junho do ano passado combate o golpe do bilhete premiado e a lavagem de dinheiro com o lucro obtido por mais de 150 integrantes de pelo menos 50 quadrilhas, a Polícia Civil de Passo Fundo informou que vai utilizar um dos bens confiscados de um suspeito preso. Se trata de um Chevrolet Camaro de cor amarela avaliado em mais de R$ 130 mil. O carro de luxo deve estar apto para o policiamento ostensivo em até um mês.
O delegado Diogo Ferreira, responsável pela investigação, diz que o automóvel foi apreendido há nove meses e que ele está no depósito do Detran. No entanto, a utilização pela polícia foi autorizada pela Justiça nesta semana. O proprietário dele, preso nesta quarta-feira, teria adquirido o veículo com dinheiro ilícito após golpes em dezenas de vítimas no Rio Grande do Sul e em outros quatro Estados.
Ferreira diz que o Camaro será uma viatura da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo. Segundo ele, o carro será usado basicamente para operações policiais e ainda será decidido se permanecerá com a mesma cor ou se será envelopado — adesivado com película que cobre toda a lataria — com as cores branca e preta da polícia.
Operação Azedou
Um fato curioso é o nome que foi dado à ação desta quarta-feira, referente à quarta fase da Operação Pólis. A Operação Azedou é uma referência em resposta a trecho da música Camaro Amarelo, da dupla sertaneja Munhoz & Mariano, que fala "Agora eu fiquei doce".
— Pode até parecer uma brincadeira, mas é para mostrar aos criminosos que os bens adquiridos por eles, como o Camaro amarelo, serão usados para combater crimes que eles e outros cometem — explica Ferreira.
Todas as quadrilhas investigadas têm base na região de Passo Fundo. Em relação a outros casos, a polícia já obteve o bloqueio de R$ 50 milhões com a apreensão de cerca de 120 veículos e de 70 imóveis de integrantes dos demais grupos investigados. O grupo do dono do Camaro amarelo teve três imóveis e três veículos, avaliados em R$ 1,6 milhão, sequestrados judicialmente nesta quarta-feira. Os cerca de 13 integrantes teriam movimentado em cinco anos, apenas em contas bancárias, mais de R$ 1 milhão após os golpes do bilhete premiado.