Parece incrível, mas há ainda muita gente que cai no golpe do bilhete. Saca aquela história de que o sujeito, um pobre vivente, tem um bilhete premiado, mas não consegue retirar sem ajuda? Pois ainda há quem se digne a emprestar um dinheiro ao “miserável”, em troca de promessa em parte dos milhões.
O dinheiro emprestado jamais é reavido.
Pois os golpistas, repetindo uma estratégia com no mínimo 80 anos de submundo, continuam por aí. Sobretudo em pequenas cidades agrícolas, onde comunidades ingênuas acabam ajudando o estranho, em troca de milhões ($$) que jamais verão. Aconteceu de novo na Região Norte do RS. Só que, desta vez, a Polícia Civil estava de olho.
Foi na manhã gelada deste sábado (16), quase 0º — clima comum no Planalto gaúcho — que policiais civis, por ordem do próprio Chefe de Polícia Wendt, enfrentaram o frio e surpreenderam uma quadrilha de estelionatários que acumulava bens em Passo Fundo, a maior cidade da região. Dali eles se espalhavam durante a semana por pequenas localidades, aplicando o golpe e investindo em imóveis e veículos em território passo-fundense.
O estelionato até não é sangrento, mas nem por isso deixa de atormentar a vida das vítimas. Ao ponto de arrasar suas finanças, às vezes.
Foi de olho no bolso dos golpistas que os policiais agiram. Até o momento foram confiscados dos estelionatários 71 carros e caminhonetes, 18 motocicletas, dois barcos e um jet-ski. Tudo, acredite, juntado com base no prejuízo causado à boa fé da população gaúcha. Um golpe certeiro no golpe...do bilhete.