A aluna que estava com o instrutor de autoescola baleado na tarde de segunda-feira (14) no bairro Cristo Rei, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, prestou depoimento à polícia na manhã desta terça (15) e deu detalhes de como o crime ocorreu. A mulher de 36 anos disse que o instrutor de 25 anos não reagiu à abordagem e que pedia calma aos criminosos quando foi baleado.
— Ela contou que os criminosos faziam a exigência de que ninguém olhasse para eles. Até perguntamos para a aluna se ela poderia identificá-los e ela disse que não, porque não estava olhando. O instrutor estava pedindo calma, não reagiu, e foi baleado mesmo assim —conta o delegado Joel Oliveira, da 1ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, responsável pelas investigações.
Imagens de uma câmera de segurança de uma casa próxima ao local onde o crime ocorreu é um dos pontos de partida para a investigação. Na gravação, é possível ver que um dos criminosos se inclina e coloca a cabeça para dentro do carro da autoescola.
Foram dois os autores do crime, e a suspeita é de que eles tenham fugido em um carro conduzido por uma terceira pessoa. A principal linha de investigação da polícia é tentativa de latrocínio.
— Não trabalhamos com outras possibilidades, já que eles levaram a bolsa da aluna e o celular do instrutor. Provavelmente, são adolescentes ou muito jovens, inexperientes, pois atiraram mesmo sem o jovem ter reagido — lamenta o delegado.
O carro usado pelos criminosos ainda não foi identificado, nem localizado. Nesta terça-feira, a polícia percorre locais próximos ao do crime para tentar identificar outras testemunhas. A área onde o instrutor foi baleado era usada pra treinamento de veículos de autoescola e não costuma registrar muito movimento.
O instrutor foi atingido no abdômen. Ele passou por cirurgia na segunda-feira e segue na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Centenário, em São Leopoldo. O estado de saúde dele é considerado estável, mas o jovem segue intubado e respirando com auxílio de ventilação mecânica.