A polícia de Torres investiga a relação entre o assassinato de Tiago Carvalho da Costa, 29 anos, na noite de quarta-feira (7), com a execução de Vanderlei da Cunha Bereta, ocorrida dia 26 de outubro dentro do restaurante de sua propriedade.
Costa, que tem 33 antecedentes criminais (incluindo tráfico, homicídio, furto, estupro de vulnerável, porte ilegal de arma de fogo, posse de entorpecentes, formação de quadrilha e desacato) foi abordado e apresentado como suspeito na época por ter sido visto rondando o estabelecimento comercial vários dias antes do homicídio. Na noite passada, ele estava com outro homem em um veículo na Estrada do Mar que foi perseguido por outro carro. O veículo dele levou mais de 20 tiros. Costa foi baleado várias vezes e morreu no hospital.
Segundo a Brigada Militar, a vítima e outro homem estavam trafegando na Estrada do Mar em direção a Torres, por volta de 23h, quando foram perseguidos e trocaram tiros por cerca de um quilômetro com pelo menos quatro ocupantes de outro veículo que tinha placas clonadas.
O automóvel em que a dupla estava foi atingido por 22 disparos somente na parte traseira. Ambos foram baleados. Costa morreu em atendimento hospitalar e o outro ocupante do carro fugiu. O veículo que perseguia os dois capotou durante a perseguição e os integrantes escaparam. O automóvel roubado tinha placas do Paraná. Dentro, havia toucas ninja, uma pistola 9 milímetros e um revólver calibre 38.
Em relação à morte do comerciante há duas semanas, a Brigada Militar informou que Costa foi apresentado na delegacia local como um dos suspeitos da execução de Vanderlei Bereta. O proprietário do restaurante foi morto na porta do estabelecimento comercial durante o dia, por volta das 13h. Dois homens em uma moto efetuaram os disparos.
Costa foi detido para averiguação nas imediações do local e estava com uma moto. Além disso, testemunhas teriam visto ele próximo ao estabelecimento. A Polícia Civil investiga o caso, mas não havia elementos suficientes para a prisão do suspeito. Na época, ele negou qualquer tipo de envolvimento com o caso e disse que o restaurante ficava na rota do caminho que percorria diariamente.
Torres tem sido cenário, desde o final de 2016, de vários confrontos entre duas facções criminosas, uma da zona leste de Porto Alegre e outra do Vale do Sinos, motivados pela disputa de pontos de venda de drogas.
As consequências têm sido homicídios, casas incendiadas e aumento do número de locais usados para o tráfico. Bereta, dono do restaurante, tinha 12 antecedentes criminais, que incluem calúnia, lesão corporal, dano, ameaça, abandono material, estelionato, injúria e perturbação do sossego.