Um dos crimes de grande repercussão na área policial do Rio Grande do sul teve um novo capítulo nesta quarta-feira (5). O ex-agente penitenciário Jorge Rosa Macalão, 61 anos, foi preso em sua casa no bairro Passo d'Areia, zona norte de Porto Alegre, por policiais da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais.
Ele é acusado de ter permitido abusos sexuais contra o músico nativista Diógenes Gomes de Lima, o Dida Gomes, 31 anos. O caso ocorreu dentro de uma cela do Presídio Central, em 1992. Diógenes havia sido detido por taxistas nas imediações da Usina do Gasômetro e levado para o Palácio da Polícia por suspeita de abusar sexualmente de uma menina de seis anos de idade.
Mais tarde, na cadeia, foi estuprado por diversos detentos e espancado. Posteriormente, o músico foi transferido em surto psicótico para o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), onde se enforcou.
Macalão havia sido condenado a 23 anos de prisão em 2005. No entanto, a defesa recorreu e o ex-agente continuou respondendo em liberdade. Em 2011, decisão em segundo grau reduziu a pena para 10 anos e 6 meses. Houve novo recurso. No dia 28 do mês passado, após a decisão ser mantida pelas instâncias superiores, foi expedido o mandado de prisão para que o ex-agente finalmente inicie o cumprimento da pena. Não há mais possibilidade de recursos. Macalão terá que cumprir a pena em regime fechado. Ele foi levado para a Penitenciária Modulada de Charqueadas.
A Justiça já havia condenado a 13 anos e quatro meses de prisão o ex-agente penitenciário Enio Dutra Martins. Além de ser conivente com o crime, ele teria inclusive estimulado os presos a abusarem de Diógenes. O episódio ficou conhecido como "O Caso Diógenes". O suposto abuso contra a menina nunca foi confirmado.