Dez dias após deflagrar uma operação em Santa Catarina, que prendeu três gaúchos suspeitos do golpe da falsa doação, a Polícia Civil identificou 176 empresas que já haviam sido acionadas pelos estelionatários. Desse total, segundo a investigação, 10% foram lesadas antes da ação policial.
Ao todo, 341 empresas estavam na mira dos falsários. Em média, o grupo pediu R$ 10 mil para cada vítima.
O delegado Marco Guns, da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), diz que os prejuízos não foram maiores por dois motivos. Um deles é o fato de que os empresários acionados pela quadrilha ainda estarem analisando os pedidos de doações, e o outro foi a rápida intervenção da polícia.
No dia 9 de agosto, policiais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em Balneário Camboriú e em Itajaí. Dos quatro suspeitos investigados, três foram presos. Eles já foram soltos, mas todos devem ser indiciados na próxima sexta-feira pelos crimes de organização criminosa, estelionato e falsidade ideológica. Guns ainda investiga possível lavagem de dinheiro dos suspeitos por meio de uma produtora de vídeos catarinense.
Golpe
Conforme a investigação, os quatro suspeitos – que não tiveram os nomes divulgados – aplicavam os golpes no Rio Grande do Sul e depois se escondiam em Balneário Camboriú. Segundo Guns, eles usavam documentos falsos para pedir cartas de recomendação a prefeituras da região metropolitana de Porto Alegre com o objetivo de atrair eventos para as cidades.
Foram feitos contatos principalmente com a Capital, Canoas e São Leopoldo. Depois, os investigados usavam essas recomendações como se fossem voluntários e pediam verbas a empresários para fazer doações a entidades que atendem pessoas carentes.