Depois de realizar uma operação em Santa Catarina na semana passada, a Polícia Civil está averiguando o caso de cerca de cem empresários que estavam na mira de falsários no chamado golpe da falsa doação. Até então, 30 empresas eram vítimas, mas outras 70, após análise de documentos apreendidos, estavam na mira dos criminosos. Três gaúchos que integram a organização criminosa foram presos na última quinta-feira (9) em Balneário Camboriú e Itajaí.
O objetivo é ouvir todos os empresários nos próximos dias para confirmar se já haviam sido lesados ou se estavam ainda realizando os primeiros contatos para as falsas doações a entidades filantrópicas. A investigação é do delegado Marco Guns, da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Nesta segunda-feira, ele interrogou um dos presos para saber mais detalhes sobre telefones, endereços, e-mails e nomes de empresários, além de solicitações de contatos, localizados durante o cumprimento de mandados judiciais na semana passada. Segundo Guns, o prazo para concluir o inquérito é até o início da próxima semana, mas a investigação deve continuar depois disso por dois motivos. Um deles é o grande número de vítimas e o outro é o fato de que os falsários lavavam dinheiro por meio de uma produtora de vídeos catarinense. Os criminosos, que são gaúchos, aplicavam golpes no Rio Grande do Sul e depois se escondiam em Santa Catarina.
Como funcionava o golpe
O golpe consistia em usar documentos falsos para pedir cartas de recomendação para prefeituras da Região Metropolitana de Porto Alegre com o objetivo de atrair eventos para as cidades, principalmente para a Capital, Canoas e São Leopoldo. Em vez disso, os investigados usavam essas recomendações como se fossem voluntários e pediam verbas a empresários para fazer doações a entidades que atendem pessoas carentes. Na verdade, o dinheiro era desviado para as próprias contas bancárias dos integrantes da organização criminosa. Os prejuízos que a polícia conseguiu evitar, para cada empresário, são de valores entre R$ 150 mil e R$ 300 mil. Segundo a investigação, duas das 30 empresas que já confirmaram que foram procuradas pelos golpistas afirmaram que foram lesadas. Os valores, assim como os nomes dos criminosos, não foram divulgados.