Ainda muito abalado com a morte da mulher, a dona de casa Margarete de Campos Oliveira, o autônomo Sergio Oliveira falou por telefone a GaúchaZH sobre o sequestro sofrido pelo casal na madrugada deste domingo em Taquara.
Eles voltavam de uma pizzaria em São Leopoldo quando foram abordados por uma dupla de assaltantes armados na entrada de casa, no bairro Fogão Gaúcho. Oliveira conta que ficaram cerca de 20 minutos rendidos dentro na residência, até serem obrigados a entrar no Toyota Corolla da família e levados como reféns pelos criminosos.
— Saímos na rua, e tinha três viaturas da Brigada estacionadas. Eles saíram pelo meio delas — conta Sergio.
O autônomo decidiu abrir a porta e se atirar do veículo em movimento, ação repetida pela mulher instantes depois, segundo ele. Oliveira teve escoriações e machucou uma costela, enquanto Margarete bateu a cabeça e morreu na hora.
O corpo da dona de casa foi sepultado na tarde deste domingo no Cemitério Municipal de Pelotas. Ela deixa um filho de 19 anos.
Como ocorreu o sequestro?
A gente chegava em casa, renderam a gente e ficamos em torno de 20 minutos lá. Então, disseram que teriam que sair e falaram: "Vocês vão junto". Saímos na rua e tinha três viaturas da Brigada estacionadas. Saíram pelo meio delas.
Vocês pularam do veículo em movimento?
Abri a porta, me atirei e saí rolando, e ela se atirou logo depois. Deu azar de que, quando pulou, eles deviam estar um pouco mais velozes, e ela bateu a cabeça. Podendo ter a oportunidade de fugir para acabar com a angústia... Passou mil ideias pela cabeça para onde iam levar a gente.
Além do veículo, foi levado algo?
Levaram a minha aliança, a aliança dela e mais R$ 6,7 mil em dinheiro.
Qual é o sentimento em uma hora dessas?
Muita tristeza e uma dor que não tem como explicar. A família é toda cristã, minha vontade é a justiça de Deus. Ela não morreu de nenhum tiro, mas eles efetuaram todo o problema para nós. Que a justiça divina se encarregue no momento oportuno de cobrar deles.
Como era a Margarete?
Era uma pessoa feliz. Gostava da vida, gostava de viver. Estávamos juntos há 29 anos, casados há 23.
Você se sentia seguro até então em Taquara?
Há insegurança. No nosso bairro (Fogão Gaúcho), que é uma área nobre da cidade, foi o terceiro assalto nos últimos dias.