Seis dias após a morte do inspetor Leandro de Oliveira Lopes, 30 anos, a polícia ainda desconhece o calibre da arma que atingiu o agente e também o paradeiro dos dois criminosos, suspeitos do crime. O investigador foi baleado quando participava de operação em Pareci Novo, no Vale do Caí, na última quarta-feira (2). Ele chegou a ser levado ao hospital por colegas, mas acabou não resistindo.
Na semana passada, o chefe da Polícia Civil Emerson Wendt pediu "apuração rigorosa" do caso. Até o momento, a polícia tem em mãos cápsulas de armas, dois revólveres e dois coletes à prova de balas que foram apreendidos no sítio. As armas utilizadas pelos policiais foram recolhidas e encaminhadas pelo delegado regional Marcelo Farias Pereira à perícia.
Na quarta-feira (9), a polícia deve receber o laudo da necropsia do corpo do inspetor, realizado pelo Departamento Médico Legal (DML). Ainda não há previsão da entrega do laudo da balística, que analisará a bala.
Responsável pelo inquérito, Farias estuda encaminhar a investigação para a Corregedoria da Polícia Civil (Cogepol). Entre os argumentos para a passagem do inquérito para o órgão, estão a complexidade da investigação e a participação na operação de policiais de delegacias que não são de sua competência, além da própria morte do agente.
O QUE SE SABE
Inspetor estava na linha de frente
Ao todo 24 agentes e dois delegados participavam de uma operação em um sítio na área rural de Pareci Novo, no limite com São Sebastião do Caí. Ao se aproximarem da casa, cachorros começaram a latir e iniciaram-se os disparos, vindos de dentro da casa. O inspetor Leandro de Oliveira Lopes estava na linha de frente para entrar na residência quando foi atingido por um disparo.
Disparo atravessou o colete
Tiro atravessou o colete a prova de balas, segundo delegado responsável pela operação, Luís Antônio Firmino. A vestimenta perfurada pelo disparo fatal foi apreendida para perícia. O inspetor foi levado por colegas para o hospital, mas acabou não resistindo.
Alvos conhecem bem a região
Dois homens estavam dentro da residência e conseguiram fugir, escalando por cordas um pequeno morro em direção a um matagal. Os dois criminosos conheciam a região, o que facilitou a fuga. Segundo o delegado regional, um deles era o dono do sítio há pelo menos dois anos. O crime está sendo investigado pelo delegado regional Marcelo Farias Pereira. Em entrevista à GaúchaZH ele cogitou a possibilidade de passar o inquérito para a Corregedoria da Polícia Civil.
O QUE AINDA NÃO SE SABE
Calibre da arma
O delegado regional disse desconhecer o calibre da arma que atingiu o inspetor. A informação é importante porque vai mostrar se o tiro partiu dos criminosos ou de algum dos mais de 20 policiais que estavam no local.
Se for 9 milímetros, a Polícia Civil não tem dúvidas de que o disparo foi feito por um dos alvos da ação, já que os policiais somente portavam pistolas .40 e carabinas 5.56. A determinação do calibre deve vir no laudo da balística, que não tem data para ficar pronto, segundo o delegado regional.
De onde veio o disparo
A polícia afirma que o disparo partiu dos criminosos. Entretanto, ainda não há o laudo da balística para confirmar a informação.
Paradeiro dos criminosos
A polícia desconhece onde estariam os dois suspeitos de participar do crime. São eles: Valmir Ramos, de 41 anos, o Bilinha, e Paulo Ademir de Moura, o "Zoreia", 38 anos. No dia da operação, mais de 100 policiais civis participaram do cerco, que contou com helicóptero e apoio de agentes da Brigada Militar. Na última sexta-feira (4), a polícia fez buscas para prender Zoreia, mas ele conseguiu escapar novamente.