A Polícia Civil identificou o suposto comparsa do homem alvo da operação que resultou na morte do inspetor Leandro de Oliveira Lopes, 31 anos, ocorrida na quarta-feira (2) em Pareci Novo, no Vale do Caí. É Paulo Ademir de Moura, o "Zoreia", 38 anos, que possui cinco mandados de prisão em aberto.
Investigações recentes da Delegacia de Polícia local indicam que ele é um matador pago por uma das maiores facções do tráfico de drogas no Estado. Dos cinco mandados que ele possui, quatro são por homicídio doloso qualificado ocorridos em Sapiranga, no Vale do Sinos. O outro é por roubo.
A polícia esteve novamente prestes a prender o homem no final da tarde de sexta-feira (4). Uma operação foi preparada para tentar prendê-lo em um sítio, em Sapiranga. Aproximadamente 50 agentes da delegacia local, da Homicídios de Canoas, da Delegacia Especializada de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Canoas, do Grupamento de Operações Especiais (GOE) e da Brigada Militar (BM) chegaram ao local por volta das 17h45min. Antes que os policiais se aproximassem, o homem fugiu para o matagal — assim como teria feito na quarta.
Na fuga, de acordo com o delegado Fabio Motta Lopes, o homem deixou cair um carregador de pistola 9 milímetros, que foi apreendido, e ainda fez refém por alguns minutos uma moradora de um sítio ao lado. O objetivo seria se esconder da polícia. Na casa, segundo a polícia, ele deixou cair um saco com várias balas do mesmo calibre.
— Temos certeza da identificação dele. Eu mesmo mostrei a foto para a vítima rendida e ela confirmou — afirma o delegado.
Um helicóptero foi enviado para o local para realizar as buscas no matagal, que se estenderam até a madrugada deste sábado (5). No entanto, ele não foi localizado. Um motociclista procurou as autoridades informando que foi rendido por um homem e obrigado a levá-lo até uma outra cidade. Suspeita-se de que tenha sido Zoreia.
Ainda resta para a Polícia Civil a dúvida se o tiro partiu da arma de Moura, do comparsa dele e alvo da operação policial inicial, Valmir Ramos, o "Bilinha", ou de algum dos mais de 20 policiais que estavam no local. De acordo com os agentes, eles foram recebidos a tiros na entrada do local e revidaram. O inspetor foi atingido na região da axila, provavelmente pelas costas, e o tiro atravessou o colete.
Inicialmente, sequer foi comentada a hipótese de um tiro ter sido "fogo amigo". Na sexta-feira (4), o chefe de polícia do Rio Grande do Sul pediu apuração rigorosa do fato após comentários de policiais indicarem que o tiro pode ter partido da arma de um agente.
Um fator determinante será descobrir o calibre do tiro que atingiu o policial. Se for 9 milímetros, a Polícia Civil não tem dúvidas de que o disparo foi feito por um dos alvos da ação, já que os policiais somente portavam pistolas .40 e carabinas 5.56.