Quase um mês após o desaparecimento de três moradores de Caxias do Sul no interior de Vacaria, na Serra, o caso segue envolto em mistério. Vistos pelos pela última vez no dia 3 de de abril, por um vizinho que mora a dois quilômetros da casa que o trio estava construindo, em Capela do Caravaggio, Eleandro Aparecido Rodrigues Moraes, 40 anos, Nelson Jair Soares, 44, e Alexsandro do Amaral Correa, 22, sumiram sem deixar pistas.
As famílias deles mantêm a esperança e seguem aguardando por notícias. As buscas da polícia e dos bombeiros duraram 14 dias foram feitas por água, terra e até de helicóptero, com efetivo de Vacaria e Porto Alegre, mas não resultaram em nada. Vestígios de crime não foram identificados. Com a hipótese inicial de afogamento acidental no Rio Pelotas cada vez mais improvável, as buscas se encerraram no último dia 18, embora a investigação continue.
Até o momento, a polícia só encontrou um pequeno barco à deriva às margens do rio em 4 de abril, mesmo dia em que foi registrado oficialmente o desaparecimento do empreiteiro Moraes e dos pedreiros Correa e Soares.
O bombeiro e comandante das buscas em Vacaria, sargento Luciano Mayer, diz que a tese de afogamento está cada vez mais distante.
– Acreditávamos primeiro que eles estavam afogados, mas o protocolo mostra que depois de 11 dias seria impossível que os corpos não tivessem subido para a superfície – explica o sargento.
Ele lembra que o Rio Pelotas tem cerca de 80 metros de profundidade.
– É uma situação atípica. É um rio profundo e os mergulhadores vão só até 25 metros de profundidade. Os corpos poderiam estar no fundo presos em alguma coisa, como galhos de árvore – avalia o comandante.
O sargento Mayer diz que, apesar de não terem sido encontrados sinais de crime, a hipótese não está descartada.
– Pode ter havido crime e os corpos terem sido depositados no rio ou estarem ocultados na mata. Fizemos buscas diárias que chegaram a 1,2 mil quilômetros por água e 30 quilômetros ao redor da residência (que eles construíam), mas dependemos de um avanço das investigações da Polícia Civil para retomar as buscas – avisa o sargento.
O delegado regional Carlos Alberto Defaveri diz que a apuração segue e também não descarta nenhuma hipótese:
– Pode ter sido um acidente ou homicídio, não descartamos nada e seguimos investigando.