
A Polícia Civil ainda não tem pistas sobre o que pode ter ocorrido com os três moradores de Caxias do Sul que foram vistos pela última vez no interior de Vacaria há três semanas. Os pedreiros Nelson Jair Soares, 44, e Alexsandro do Amaral Correa, 23, e o empresário Eleandro Aparecido Rodrigues de Moraes, 40 anos, trabalhavam na construção de uma casa de campo do empresário às margens do Rio Pelotas, na divisa com Santa Catarina. Eles foram vistos pela última vez na manhã de 03 de abril por um vizinho que mora a cerca de dois quilômetros do local onde a casa estava sendo construída, na localidade de Capela Caravaggio, distrito de São Pedro.
No dia seguinte o vizinho retornou ao local, mas os homens não estavam mais lá. Ele encontrou apenas comida estragada. No fim da tarde, a família do empresário registrou o desaparecimento na Polícia Civil. As buscas começaram na manhã do dia 5 de abril.
Naquele mesmo dia, foi encontrado apenas um pequeno barco à deriva no rio e um remo um pouco adiante. Nenhum sinal de violência foi encontrado. A caminhonete utilizada pelos homens para se deslocar à Vacaria ainda estava no local.
A partir daí, bombeiros e policiais percorreram o rio de barco por dezenas de quilômetros para cima e para baixo em relação ao local da casa em construção. Em uma das ocasiões, as buscas foram pelo rio na direção oeste até a Barragem de Barra Grande, entre Pinhal da Serra e Anita Garibaldi (SC).
Equipes dos bombeiros de Porto Alegre fizeram buscas por terra com cães farejadores e um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou a região por oito vezes. Mergulhadores de Porto Alegre também participaram da força-tarefa.
Os bombeiros chegaram a ficar acampados na área, mas encerraram as buscas há uma semana porque nenhum indício foi encontrado. Uma das dificuldades dos mergulhadores foi em relação à grande área do rio, que chega a ter 200 metros de distância entre uma margem e outra.
Conforme o Delegado Anderson Silveira de Lima, as investigações seguem, mas a hipótese de que os três tenham se afogado no Rio Pelotas perdeu força porque, a essa altura, os corpos já deveriam ter vindo à superfície. O rio é represado na região e tem águas calmas, com profundidade que pode chegar a 80 metros dependendo do local. Conforme o delegado, a partir dos apontamentos dos bombeiros, não há registro histórico de um tempo superior a 12 dias para um corpo emergir.
Como o rio inundou uma grande área, há diversas árvores e galhos submersos. Portanto, existe a possibilidade de os corpos terem ficado presos. Mas o delegado comenta que é improvável que isso tenha ocorrido com todos os três homens.
Além do afogamento, a outra possibilidade é de que os três homens tenham sido mortos. No entanto, não foi encontrada nenhuma evidência que apoie essa linha de investigação. A hipótese de sequestro é descartada porque já deveria ter sido solicitado resgate.
O delegado relata que foram colhidos os depoimentos de familiares e amigos, e de outras pessoas com alguma relação com os desaparecidos, além de moradores da região onde o desaparecimento ocorreu. Não houve nenhuma informação até agora que ajudasse a polícia a ter algum avanço no caso.