O estudante de engenharia preso pela Polícia Civil com 15 fuzis e 21 pistolas, em Santa Cruz do Sul, em outubro do ano passado, foi condenado pela 1ª Vara Criminal da cidade, nesta quinta-feira (5). Jerônimo Jardim Lopes deve cumprir cinco anos de reclusão no regime semiaberto, por posse ilegal de arma.
A investigação da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) identificou que o universitário, de 26 anos, recebia R$ 10 mil por mês de uma facção do tráfico de drogas do Rio Grande do Sul e o pagamento do apartamento para esconder o armamento.
Na sentença de condenação, a juíza Márcia Inês Doebber Wrasse considerou que o estudante cedeu ao crime devido à ganância.
"Uma pessoa considerada acima de qualquer suspeita, cedeu, certamente em razão da obtenção de dinheiro fácil, ao apelo de alguém que ocupa ou ocupava lugar de destaque na hierarquia da facção criminosa", cita a magistrada no documento.
Jerônimo foi preso um dia depois da promulgação, pelo presidente Michel Temer, da lei que torna crime hediondo posse ou porte ilegal de fuzil. As armas apreendidas, avaliadas em R$ 3 milhões, foram destinadas para uso da Polícia Civil.
A defesa do universitário considera a pena alta, pois as "circunstâncias judiciais dele são excelentes" e que não houve comprovação de relação estreita dele com a facção criminosa. O advogado Lino Marcelo Vidal Munhoz afirma que o tempo máximo da pena deveria ser de quatro anos.