A Polícia Civil vai usar oito fuzis e 15 pistolas apreendidos de uma facção do tráfico de drogas em uma grande captura de armas ocorrida em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, em outubro de 2017. O arsenal deve ser distribuído à Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) da cidade, responsável pela ação, e também para delegacias próximas.
Segundo o chefe da Polícia Civil gaúcha, delegado Emerson Wendt, o direito de uso das armas já foi obtido na Justiça e elas já estão registradas em nome da polícia. Todas as armas são importadas e foram escolhidas de acordo com a munição que a Polícia Civil já tem disponível para uso e com os treinamentos dos agentes. Os outros sete fuzis e seis pistolas que também compunham o arsenal da facção foram enviados ao Exército Brasileiro, que deve destruí-los.
— Nem todo o armamento se adapta a nossa questão bélica interna. Não adianta ficar com uma excelente arma e não ter munição e treinamento — comenta Wendt.
As armas foram apreendidas no apartamento de um estudante de Engenharia em Santa Cruz do Sul. Segundo a polícia, Jerônimo Jardim Lopes recebia R$ 10 mil por mês da facção para guardar o arsenal. O criminoso, que segue recolhido no regime fechado, foi preso um dia depois de ser sancionada a lei que torna crime hediondo o porte ilegal de armas de uso restrito.
Com as armas que passaram do tráfico para policiais em Santa Cruz do Sul, 2018 já tem mais incorporações do que todo o ano de 2017. No ano passado, a Polícia Civil obteve o direito de usar 14 armas apreendidas com traficantes. Foram seis pistolas 9 milímetros, três fuzis, duas pistolas .40, duas escopetas calibre 12 e uma carabina 5.56. Já a Brigada Militar (BM) não conseguiu, no ano passado, o direito de usar armas apreendidas. Segundo a corporação, oito pedidos para a incorporação de pistolas tramitam na Justiça, ainda sem definição.