Em audiência marcada para a tarde desta quinta-feira (29), na 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, a Justiça irá fazer uma acareação entre dois peritos sobre a morte do jovem Eduardo Vinícius Fösch dos Santos, 17 anos, durante uma festa em condomínio de luxo na zona sul de Porto Alegre. O fato, que ocorreu em abril de 2013, teve reviravolta um ano depois.
Inicialmente, cogitou-se morte por acidente, mas um perito contratado pela famíliaapontou que a vítima foi agredida antes de morrer. Agora, os réus obtiveram um novo resultado pericial que contesta a hipótese de crime.
Para tentar esclarecer o caso, a Justiça resolveu colocar os dois peritos frente a frente. O encontro era para ter sido realizado anteriormente, mas especialista contratado pela família de Eduardo alegou que, na primeira vez, recebeu ofício atrasado e, em nova tentativa de realizar a audiência, apresentou atestado médico porque havia feito um cateterismo.
Ao contrário do que alegou a perícia oficial, na época do fato, o perito aposentado Celso Danckwardt discordou que o adolescente havia morrido devido a uma queda na escada. Segundo o trabalho realizado por ele, o jovem havia sido vítima de agressões. O Ministério Público reabriu o caso e a investigação apontou que Eduardo teria sido morto por ser o único negro na festa e por ter sido confundido com um penetra.
Nova perícia
O caso foi parar na Justiça. Um dos réus é Isaias de Miranda, na época segurança da festa, que responde por homicídio qualificado. Outro réu é Luis Fernando Souza de Souza, policial civil que também atuava como segurança do condomínio. Ele responde por fraude processual por ter, segundo a acusação, determinado a limpeza do local em que a vítima foi encontrada, bem como por ter apagado gravações das câmeras de segurança. Além disso, teria deixado de acionar a polícia para a realização da perícia.
Contrariando essa versão, o advogado Marcelo Bertoluci, que faz a defesa de um dos réus, contratou o perito Marcos Rovinsky. O novo trabalho contesta a versão apresentada por Danckwardt e diz ser impossível, pela forma como foi feito o laudo, afirmar se houve crime ou acidente. Bertoluci ainda alega que, há quase um ano, foi protocolada a acareação.
— Temos convicção de que foi acidente — diz Bertoluci.
Ele espera que desta vez o perito da assistência de acusação compareça na audiência para que os laudos sejam confrontados. A advogada da família de Eudardo, Lesley Gonsales, garantiu que Danckwardt irá comparecer e que, nas outras ocasiões, houve imprevistos justificados.