A 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre marcou para março deste ano novos depoimentos de testemunhas sobre o caso da morte de Eduardo Vinícius Fösch dos Santos, 17 anos, durante uma festa em um condomínio na zona sul de Porto Alegre ocorrida em abril de 2013. A audiência iria ocorrer em dezembro do ano passado, mas foi reagendada por causa de requerimentos das partes no processo e também por pedidos da Justiça que não foram atendidos. Um deles foi o retorno de precatórias para ouvir testemunhas que atualmente residem em outras localidades.
A última audiência realizada foi em setembro do ano passado. O caso teve uma reviravolta em 2014, um ano depois da morte do estudante. A família contratou um perito particular para apurar detalhes não esclarecidos à época. Inicialmente se cogitou que a morte de Eduardo teria ocorrido devido à queda em uma escada dentro do condomínio. O profissional, no entanto, constatou que o jovem havia sido vítima de agressões e que estas causaram a morte de Eduardo. Ele teria sido morto por ser o único negro na festa, segundo apuração, e por ter sido confundido com um penetra. O Ministério Público reabriu a investigação e denunciou duas pessoas, o que foi aceito pela Justiça. Um dos réus no caso de homicídio qualificado é Isaias de Miranda, segurança da festa. Outro réu é o policial civil e supervisor de segurança do condomínio, Luis Fernando Souza de Souza. Ele responde por fraude processual. Segundo a denúncia da promotoria, após o crime, ele teria determinado a limpeza do local em que a vítima foi encontrada e teria apagado as gravações das câmeras de monitoramento. O investigado também deixou de acionar a Polícia Civil para a realização da perícia.
Para relembrar o caso
No dia 27 de abril de 2013, Eduardo Fösch dos Santos, com 17 anos à época, foi em uma festa na zona sul de Porto Alegre. Na manhã seguinte, foi encontrado agonizando em uma escada, no pátio vizinho de onde ocorreu a festa. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu oito dias depois.
A Polícia Civil investigou a situação sem encontrar indícios de crime. No entanto, uma perícia particular contratada pela família mostrou que o jovem não caiu da escada, mas sim que foi arremessado inconsciente em direção à mesma. Em maio de 2014, a Justiça determinou a reabertura da investigação e, em seguida, o Ministério Público denunciou duas pessoas responsáveis pela segurança da festa e do condomínio.