A defesa de Silvio Rodrigues, líder de templo que chegou a ser preso por erro policial como suspeito da morte de duas crianças, cogita processar veículos de comunicação e o próprio delegado Moacir Fermino, que conduziu a investigação por 30 dias e ficou conhecido por afirmar que teve “revelações divinas” no trabalho de apuração. Segundo Marco Mejía, um dos defensores do mestre de magia, os processos vão ser conduzidos por escritório parceiro, de São Paulo.
— A gente teve meios da imprensa que simplesmente destruíram e acompanharam as palavras do Fermino, dizendo que o réu, que não era réu, tinha como costumeiro fazer isso (rituais satânicos), que fez várias vezes — critica Mejía.
Um mês após sair da prisão, a vida de Rodrigues ainda não voltou à rotina. Ele foi preso em dezembro de 2017, apontado como suspeito pelo assassinato de duas crianças encontradas esquartejadas em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Depois de 46 dias recluso, deixou a penitenciária após a investigação voltar à estaca zero com a constatação da polícia de que três testemunhas mentiram no inquérito. Além dele, outras seis pessoas tiveram a prisão revogada.
Os processos devem ser movidos pela defesa de Rodrigues após a conclusão da investigação da Corregedoria da Polícia Civil – que apura falso testemunha e acusação caluniosa de sete pessoas –, o que deve ocorrer na próxima semana.