Desde a última segunda-feira (5), os investigadores da 2ª Delegacia de Polícia (DP) de Alvorada estão mobilizados para esclarecer uma tentativa de rapto de uma menina de apenas um ano dos braços da mãe. O caso foi registrado no final da tarde daquele dia e, de acordo com o delegado Luís Carlos Rollsing, imagens de câmeras de monitoramento e, inclusive fotos do carro — um Pálio preto —, já foram coletados pela polícia na tentativa de identificar os possíveis criminosos.
A ocorrência policial descreve que a mãe foi surpreendida, quando estava com a filha no colo, na frente de um mercado. O Pálio preto, com uma mulher ruiva e um homem, teria parado e a mulher descido já partindo em direção à mãe. Teria puxado a criança com força, mas sem conseguir arrancá-la do colo. A agressora desistiu da ação, diante dos gritos de socorro da mãe, e o casal fugiu do local que é mantido sob sigilo pela polícia.
— Estamos bem adiantados na investigação. Não temos como dizer se foi uma tentativa de rapto aleatória, simplesmente pela vítima ser uma criança ou por ser um grupo de sequestradores de crianças. Até o momento, o relato da mãe é verossímil, mas talvez só tenhamos esclarecida uma motivação quando chegarmos aos suspeitos — explica o delegado.
Apesar deste ser o único caso de rapto ou de tentativa, com essas características, registrado na Polícia Civil ultimamente, o relato apurado pela polícia rendeu muito mais que os hematomas pelos arranhões deixados nos braços da mãe. Nas redes sociais, multiplicaram os relatos descrevendo supostos casos semelhantes em diversos pontos da Região Metropolitana. Em comum, a maior parte deles relatam um carro preto como sendo o veículo usado pelos supostos sequestradores.
— A ocorrência é a única investigada por nós, e foi feita antes da boataria começar. É o único caso concreto que temos, mas nada pode ser descartado. Recomendamos que os pais tenham cuidado e não deixem seus filhos pequenos distantes, ou longe da vista — diz Rollsing.
Em grupos no Facebook, há relatos da zona norte de Porto Alegre, de Alvorada, da região do Arquipélago e de Viamão.
Onda de relatos
De acordo com a diretora do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), delegada Adriana Regina da Costa, não há nenhuma investigação sobre algum suposto grupo de sequestradores de crianças nas ruas. O último caso concreto de um sequestro de criança comprovadamente sem uma motivação pontual, segundo a delegada, aconteceu em janeiro de 2016, quando um bebê foi levado da mãe na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre.
— No ano passado, aconteceu outra onda de boatos de casos semelhantes na internet. Apuramos na época e não encontramos nenhum registro. Aconselhamos que as pessoas que passem por uma situação dessas, registrem ocorrência — diz a delegada.
No dia 23 de janeiro, uma menina de seis anos foi levada da frente de casa, na Vila Vitória da Conquista, no bairro Rubem Berta, e, horas depois, foi encontrada em Alvorada. O caso também serviu para aumentar a onda de relatos nas redes sociais. O Deca investiga e, segundo a delegada Andréia Magno, a investigação já apontou uma motivação específica para este rapto. Ela não revela para não atrapalhar as investigações.
Caso semelhante aconteceu cerca de oito meses atrás, no bairro Lomba do Pinheiro. O menino de seis anos também foi encontrado pouco tempo depois e, segundo a polícia, havia uma motivação que elimina a possibilidade da ação de um grupo de sequestradores.
Como agir:
Mantenha sempre os filhos pequenos perto de si e observe o que acontece ao redor dele;
Estimule seu filho pequeno a relatar qualquer situação vivida por ele;
Registre ocorrência policial sempre que acontecer situações suspeitas, ou raptos propriamente ditos;
Se tiver informações sobre possíveis raptos de crianças ou que ajudem a polícia a esclarecer crimes, denuncie pelo 197.