A polícia tem até a próxima segunda-feira (15) para concluir o inquérito que investiga a morte de duas crianças, encontradas esquartejadas em Novo Hamburgo. A suspeita é de que o crime tenha relação com um ritual satânico.
Conforme o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), Fabio Motta Lopes, o inquérito precisa ser concluído em 10 dias em casos de prisão preventiva ou em flagrante. A exigência consta no artigo 10 do Código de Processo Penal (CPP).
Quatro pessoas foram detidas suspeitas de participação no crime e outras três seguem foragidas. Na última sexta-feira (5), a polícia conseguiu a conversão das prisões temporárias em preventivas.
Sem dar detalhes, o delegado Moacir Fermino salientou que "falta muita coisa" para concluir o inquérito. Ele observou que o procedimento deve ser finalizado pelo titular da delegacia, Rogério Baggio, que volta de férias na quarta-feira (10).
— Não posso passar informações. Estou terminando o serviço, fazendo diligências — observou Fermino.
Apesar do prazo de 10 dias, o Código de Processo Penal tem uma brecha para casos de "difícil elucidação". Após a remessa do inquérito, o delegado pode solicitar ao juiz a devolução dos autos para dar sequência às investigações.
Os sete suspeitos de participação no crime devem responder por duplo homicídio. Ainda não está definido as qualificadoras para o crime, o que ser feito pelo delegado Rogério Baggio. Uma fonte consultada por GaúchaZH observou que as qualificadores devem ser: utilização de meio cruel para a morte das crianças, motivo torpe e utilização de recurso que dificultou a defesa.
Perícias adicionais
A polícia deve solicitar pericias adicionais no local onde os corpos foram encontrados, no bairro Lomba Grande. Segundo Motta Lopes, também deve ser solicitado a análise de objetos coletados durante a investigação, sem especificar quais seriam.
Ainda não há confirmação da identificação e nacionalidade das crianças. Apesar da possibilidade de serem argentinas, o diretor do DPM descarta chamar a Polícia Federal para auxiliar na investigação.
— O caso é de nossa competência — reforçou Motta.
Advogados tentam acesso a inquérito
Dois advogados que defendem o empresário Paulo Ademir Norbert da Silva reclamam que ainda não tiveram acesso ao inquérito ou a decisão da Justiça que determinou a prisão preventiva. Por isso, eles dizem desconhecer as acusações. Um dos advogados deve solicitar à Justiça nesta terça-feira o acesso ao inquérito.
GaúchaZH tenta contato com o advogado dos outros investigados.