O encontro de dois corpos esquartejados em Novo Hamburgo, em setembro do ano passado, foi apenas o começo de uma história com vários capítulos. Dias depois após a localização, o resultado de um exame de DNA apontou que os restos mortais eram de duas crianças, filhas de pais diferentes. A análise também mostrou que uma das vítimas estava alcoolizada, o que levou a polícia suspeitar de um ritual.
A ausência de notificações de desaparecimento das crianças fez a polícia desconfiar que as vítimas não seriam do Rio Grande do Sul.
4 de setembro de 2017
Dois corpos foram encontrados esquartejados dentro de sacos plásticos e caixas de papelão no bairro Lomba Grande. Os restos mortais estavam na beira de uma estrada, próximo a um matagal. Uma pessoa localizou primeiro parte de um corpo dentro de uma sacola de lixo que estava jogada. Em seguida, a Brigada Militar foi até o local que encontrou as partes de dois corpos esquartejados. As cabeças não foram encontradas.
7 de setembro de 2017
Com informações do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a polícia descobre que os restos mortais encontrados no matagal eram de duas crianças — um menino, com idade entre 8 e 9 anos, e uma menina, com idade entre 10 e 12 anos. Inicialmente, acreditava-se que a menina fosse uma mulher adulta. A perícia não encontrou registros de digitais com os padrões das vítimas.
28 de setembro de 2017
O resultado do exame de DNA nos corpos das duas crianças revelou que as vítimas eram irmãs, filhas da mesma mãe, mas tinham pais diferentes.
A hipótese de que as vítimas tenham sido trazidas de outro Estado ainda não foi descartada pela polícia. De acordo com a polícia, a investigação confirmou que as caixas nas quais as partes dos corpos das crianças foram armazenadas são de um produto de limpeza fabricado por uma empresa de Pernambuco e comercializado apenas até o Estado de São Paulo.
4 de outubro de 2017
A polícia acredita que a mãe das duas crianças encontradas esquartejadas também estaria morta. A suspeita ocorre uma vez que até esta data nenhum familiar informou a falta das crianças. A perícia apontou ainda que uma das vítimas estava alcoolizada (15 decigramas por litro de sangue), o que intrigou os investigadores.
Na época, a polícia já suspeitava que as mortes poderiam ter relação com um ritual de magia, devido à presença de álcool no corpo. Além dessa hipótese, a polícia trabalha com outras linhas de investigação: como crime passional, vingança ou mesmo um crime relacionado a grupos criminosos.
27 de dezembro de 2017
Polícia prende o líder de um templo satânico e de dois seguidores em um sítio na região metropolitana de Porto Alegre. Após obter mandados judiciais, na quarta-feira da semana passada (27), os três suspeitos foram presos em uma residência. Várias buscas foram realizadas, inclusive na terça-feira (2), na tentativa de encontrar os crânios das vítimas.
3 de janeiro de 2018
A Polícia Civil divulgou a prisão das três pessoas. Eles foram detidos na semana passada, mas a investigação não revelou detalhes na ocasião pois ainda fazia buscas na tentativa de encontrar os crânios das vítimas.