Um mês após localização, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, dos corpos de uma menina e um menino esquartejados, a Polícia Civil ainda tenta identificar quem são as vítimas. Como até o momento nenhum familiar informou a falta das crianças, uma das suspeitas da polícia é de que a mãe delas também esteja morta. A perícia apontou ainda que uma das vítimas estava alcoolizada, o que intriga os investigadores. A polícia aguarda para receber o laudo referente ao outro corpo.
Partes dos cadáveres foram localizadas no dia 4 de setembro embalados em sacos plásticos e caixas de papelão em um matagal no bairro Lomba Grande. Duas semanas depois, mais pedaços dos corpos das vítimas foram encontrados a 500 metros do local onde tinham sido achados inicialmente. A perícia confirmou que eram um menino e uma menina, com idades entre oito e 12 anos. Os irmãos eram filhos da mesma mãe, mas tinham pais diferentes.
Para o delegado Rogério Baggio Berbicz, da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo, o fato de a mãe não ter procurado a polícia para informar o desaparecimento das crianças levanta a suspeita de que ela também possa estar morta.
— A maior incógnita para nós é ninguém reclamar por elas: nem a mãe. A gente imagina que ela pode estar morta, que também pode ter sido assassinada — afirma.
A polícia irá solicitar a comparação de material genético dos irmãos com o de mulheres encontradas mortas recentemente. O corpo de uma das crianças, segundo o policial, tinha presença de álcool (15 decigramas por litro de sangue). A polícia aguarda o recebimento do laudo referente ao outro corpo para saber se a vítima também estava alcoolizada.
Ritual, tráfico e vingança estão entre hipóteses
Sobre as hipóteses investigadas, segundo o delegado Berbicz, a polícia não descarta nenhuma possibilidade no momento. Uma das suspeitas investigadas é de que as crianças tenham sido mortas em um ritual de magia negra.
— Não descarto essa possibilidade, em virtude da presença do álcool no corpo. Mas também pode ser crime passional, pode ser uma vingança ou mesmo um crime relacionado a grupos criminosos.
As cabeças das crianças não foram localizadas e os irmãos não tinham impressões digitais registradas. Conforme o delegado, se as cabeças tivessem sido encontradas seria possível solicitar a reconstituição aproximada do rosto das vítimas. Os policiais têm feito buscas nas últimas semanas por crianças que não estejam comparecendo à escola. Ocorrências de desaparecidos também estão sendo verificadas diariamente.
— Esse caso é nossa prioridade, sem dúvidas. É um crime muito macabro.