A Polícia Civil indiciou seis pessoas na investigação que apurou fraude em licitação para contratar o serviço de transporte escolar em Barros Cassal, no norte do Estado.
Entre os responsabilizados estão um vereador, um secretário municipal e empresários. A polícia não divulgou os nomes dos indiciados.
A investigação da Delegacia de Repressão a Crimes a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), começou em março do ano passado a partir de denúncia feita por um empresário. A polícia apurou que a gestão municipal fez contratação emergencial para o serviço de transporte escolar sem haver justificativa para isso.
Em julho, a Deat deflagrou na cidade a operação "Última Parada" para recolher documentos que pudessem embasar a investigação. Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. O esquema envolveria benefício a "apadrinhados" de políticos, que teriam interesse em prestar o serviço.
Foi apurado que 13 empresas de transporte escolar foram criadas na cidade em um único mês (fevereiro de 2017) para permitir as contratações direcionadas. Os responsáveis pelas empresas seriam apoiadores de políticos ou até candidatos não eleitos.
Também ficou demonstrado no inquérito que empresas regularmente contratadas na gestão anterior e que faziam o transporte escolar na cidade foram notificadas sobre o encerramento dos contratos, objetivando abrir espaço para os novos contratados. A conclusão do inquérito foi entregue à Justiça de Soledade. Os suspeitos foram indiciados por crimes licitatórios e associação criminosa.
Contraponto
O que diz o prefeito Adão Reginei dos Santos Camargo:
"Vamos esperar receber a conclusão da polícia para verificar quem são os indiciados e se há medidas a serem tomadas em relação a algum servidor da prefeitura".