O reforço da Brigada Militar para Gravataí foi apresentado oficialmente na tarde desta terça-feira (24), na Praça da Bíblia, no Centro. Ao todo, 80 policiais do Batalhão de Operações Especiais e do 4º Regimento de Polícia Montada estão mobilizados.
Pouco antes das 16h, 11 viaturas do BOE entraram na cidade e os policiais foram saudados por diversos motoristas que buzinavam e acenavam. Na praça, onde ocorreu a cerimônia de formatura, muitas pessoas acompanharam de perto a chegada dos agentes da segurança.
Logo após a solenidade, os policiais saíram em comboio pelas ruas, para reconhecer as áreas com maior índice de criminalidade. O primeiro lugar visitado foi o bairro Morada do Vale II, onde aconteceu o ataque a tiros com dois mortos e 33 feridos, no último domingo (22).
— Faremos barreiras, patrulhamento, abordagens. Vamos intensificar todas as ações, buscando trazer, principalmente, a situação de tranquilidade para a população do município de Gravataí — explica do subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda.
Além do efetivo maior de policiais, o Batalhão de Gravataí vai receber apoio de helicópteros, um micro-ônibus que permite a observação por meio de câmeras e apoio de cães e cavalos. Os 240 guardas municipais também estarão integrados nas ações.
— Tenho certeza que, em razão da ampla divulgação das nossas ações, teremos amenizado um pouco as ações criminais, ao menos no espaço e no tempo — estima o comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Vanderlei Padilha.
O prefeito de Gravataí, Marco Alba, apesar de não ter o pedido da Força Nacional atendido, disse estar satisfeito com a proposta do Piratini.
— O governo do Estado, Brigada e Polícia Civil se reagruparam, uniram forças, estão dando estrutura e condições tanto de quantidade de efetivo como estrutura material, para que eles possam desenvolver o trabalho que sabem fazer — comemora o prefeito.
Investigação
Além dos PMs, também foram enviados seis investigadores para a Delegacia de Homicídios da cidade. O objetivo é conseguir resolver o quanto antes os casos de violência.
A mesma unidade havia recebido em setembro, após um final de semana violento com nove mortos, 12 policiais, mas eles foram deixando a delegacia na medida em que os inquéritos eram finalizados.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, nos últimos 30 dias, quando havia mais investigadores, 25 casos de assassinato foram resolvidos e realizadas 17 representações por prisão preventiva.
Sobre o atentado da madrugada de domingo, o delegado Felipe Borba mantém sigilo e diz que “testemunhas são ouvidas e nenhuma hipótese é descartada”.
Neste ano, Gravataí registra 143 assassinatos. O número já supera todo ano de 2016, quando foram 117 casos.