
O reforço da Brigada Militar para Gravataí terá cavalaria, cães, policiais nas ruas e até helicópteros para tentar conter a onda de violência que a cidade enfrenta. Sem revelar números, o comandante do 1º Batalhão de Operações Especiais (BOE), major Claudio Feoli, diz que o número de agentes mobilizados é “muito significativo”.
Por volta das 7h desta terça-feira (24), os primeiros agentes começaram a chegar. Nas proximidades do local onde houve um ataque a tiros com 33 baleados e dois mortos, no bairro Morada do Vale II, as primeiras viaturas foram percebidas por volta das 10h. Quase todas que chegaram inicialmente ao município se concentram no trecho, que fica próximo da RS-020.
O local é um dos mais violentos da cidade, de acordo com informações do setor de inteligência da Brigada Militar. A criminalidade ganhou força na região graças ao tráfico de drogas.
Nas ruas, é possível perceber as pichações com referências à facção que detém a hegemonia nos pontos de venda. Apesar disso, nas ruas, nesta manhã, moradores realizavam tranquilamente suas atividades.
Os outros policiais que integrarão a chamada Operação Avante Gravataí chegam à cidade às 16h. Eles serão recepcionados com uma solenidade em frente à prefeitura municipal em um ato com políticos.
— Para ter uma ideia: eu tenho ordem de apoio com data de início sem data de término. Acredito que a presença de viaturas vai ser bastante significativa em comparação com o que a população de Gravataí esta acostumada — afirma Feoli.
Inicialmente, as viaturas do BOE devem atuar nas áreas mais conflagradas pela violência, realizando abordagens e as chamadas “ações qualificadas”, ou seja, quando os policiais agem após denúncias. Depois, novas estratégias serão traçadas.

Investigação
Além dos PMs, também foram enviados seis investigadores para a Delegacia de Homicídios da cidade. O objetivo é conseguir resolver o quanto antes os casos de violência. A mesma unidade havia recebido em setembro, após um final de semana violento com nove mortos, 12 policiais, mas eles foram deixando a delegacia na medida em que inquéritos eram finalizados.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, nos últimos 30 dias, quando havia mais investigadores, 25 casos de assassinato foram resolvidos e realizadas 17 representações por prisão preventiva.
Sobre o caso do atentado da madrugada de domingo, o delegado Felipe Borba mantém sigilo e diz que “testemunhas são ouvidas e nenhuma hipótese descartada”.
Neste ano, Gravataí registra 143 assassinatos. O número já supera todo ano de 2016, quando foram 117 casos.