A quadrilha de cerca de 10 bandidos que explodiu três agências bancárias em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, na madrugada desta sexta-feira (16), já é velha conhecida dos investigadores da Polícia Civil. Conforme a Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais, o grupo está envolvido em pelo menos outros cinco ataques violentos no Rio Grande do Sul.
Os crimes investigados foram os ocorridos nas cidades de Progresso, Pouso Novo, Boqueirão do Leão, Espumoso e Boa Vista do Buricá. Outros seis crimes semelhantes, em outras cidades, são apurados pelo Deic, mas não há a confirmação de que sejam os mesmos assaltantes. No entanto, em todos eles, os bandidos usaram da violência e de explosivos para conseguir explodir terminais eletrônicos e fugir com dinheiro.
Em todos os casos, segundo a investigação, o homem que coordenou as ofensivas foi Ivo Francisco dos Santos Assis, o "Ganso Baio", procurado pela polícia desde o ano de 2012. Ele é condenado por um roubo a banco em Carlos Barbosa, na Serra, no mesmo ano, e tem mandado de prisão em aberto também por um crime em São Sepé. A pena dele passa de 28 anos de prisão.
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- Todos os ataques guardam a mesma característica, que partem da cabeça deste suspeito. Ele faz as execuções dos crimes, com domínio de uso de explosivos, armas longas, e com um número grande de comparsas - diz o delegado Joel Wagner, da Delegacia de Roubos.
O delegado admite que está atrás de Assis já desde as outras investigações. No entanto, o bandido troca com muita frequência de endereços, o que dificulta o trabalho da polícia.
- Ele costuma alternar bastante a região do estado que mora e que ataca. Por vezes, vem na Região Metropolitana, mas age no Sul, Centro, Norte, praticamente em todas as regiões. Ele conhece bastante o Interior - lamenta o policial.
O delegado lembra que, em uma operação no final de 2016, um integrante da quadrilha de Assis foi preso. André da Silva, 49 anos, foi capturado em Vera Cruz, a 200 quilômetros de São Sepé - o município que ele é suspeito de ter atacado. Naquela ocasião, a polícia também queria prender Assis, mas ele mais uma vez sumiu.
A Delegacia de Roubos lembra ainda que há outros suspeitos com conhecimento do uso de explosivos que estão foragidos no estado, e que também podem ter participado.
O ataque
Conforme apuração inicial da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), cerca de 10 homens participaram dos ataques na madrugada de sexta (16). Eles utilizaram explosivos para romper três caixas eletrônicos do Banco do Brasil, dois do Sicredi e quatro do Banrisul, totalizando nove equipamentos destruídos, além dos estragos nos prédios das agências.
A polícia acredita que os bandidos levaram dinheiro dos caixas, mas não sabem ainda a quantia. No Sicredi, os criminosos tentaram acessar a sala do cofre, mas não conseguiram devido a diversas portas que protegiam o local.
Relatos de testemunhas apontam que a quadrilha chegou em Encruzilhada do Sul em um HB20 ou i30 – não se sabe exatamente o modelo – de cor prata e também em um Sandero. Em seguida, renderam um taxista em um Classic. Os criminosos então usaram os três veículos para se dirigirem aos bancos e conduzir as vítimas feitas reféns durante os ataques.
Conforme a polícia, os moradores foram usados como escudo humano, sendo colocados na rua, em frente às agências bancárias, para evitar a ação policial. Além disso, os criminosos efetuaram diversos disparos de arma de fogo, muitos para o alto, também para afastar qualquer tipo de intervenção da polícia. Foram encontrados estojos de pistola 9mm, fuzil calibre 30 e fuzil 5.56.
Na fuga, duas pessoas foram sequestradas. Elas foram libertadas cerca de 15 minutos depois na localidade de Amaral Ferrador, na RS-471. Nenhum dos reféns ficou ferido durante a ação criminosa.
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