A Polícia Civil realizou na manhã desta quarta-feira uma megaoperação na zona norte de Porto Alegre para combater o tráfico de drogas, mas desta vez com foco também em execuções que resultaram em 16 decapitações no ano de 2016. Neste ano, já ocorreram sete casos. A maioria ocorreu nesta região, mas também foram registrados casos na zona sul da cidade e em Alvorada.
Ao todo, cerca de 700 agentes cumpriram 95 mandados judiciais nos bairros Mario Quintana e Rubem Berta. Até o momento, 18 pessoas foram presas. As informações são da Rádio Gaúcha.
Leia mais:
Decapitações batem recorde e mudam estratégia policial no RS
Viatura que participava de operação capota em acidente na Zona Norte
Traficantes usavam casa como posto de observação e de tiro
A ação é coordenada pelo Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) e tem como objetivo dar continuidade à apuração envolvendo crimes brutais em que os executores, além de decapitar as vítimas, gravavam imagens e depois divulgavam em redes sociais ou em grupos de WhatsApp.
– Foram várias execuções deste tipo em 2016 e deixamos eles (traficantes) pensarem que não estávamos indo atrás desta barbárie. Mas não, juntamos todos os vídeos, ligamos todos os fatos e agora estamos prendendo estes criminosos – ressalta o delegado Mario Souza, diretor de Investigações do Denarc.
A polícia já tem, anexados ao inquérito, vídeos e fotos das decapitações que foram feitos pelos próprios executores, além de trocas de mensagens com ameaças ou recados anunciando as execuções para grupo rival que disputa pontos de venda de drogas na zona norte da Capital. São duas facções que atuam direto nesta área da cidade, com ações que repercutem em bairros próximos e ainda em Alvorada.
A polícia fez várias buscas e encontrou até motosserras utilizadas pelos traficantes durante as decapitações. Em uma delas, os integrantes de uma das facções gravam a vítima, que estava amarrada, e mandam o jovem dizer para os comparsas que o grupo será derrotado. Além da execução brutal e gravada em vídeo, fazem tortura psicológica exibindo facões e a uma motosserra durante a fala do rival.
Operação Imortal
A megaoperação foi denominada de "Imortal" e é oriunda de uma investigação que começou em fevereiro de 2016. São 70 mandados de busca e apreensão , incluindo sete coletivos com 250 casos para averiguação, e 25 mandados de prisão preventiva. Além dos 700 policiais, estão envolvidas 300 viaturas, canil e helicóptero.
O Denarc, com esta ação, fechou nesta quarta-feira diversos pontos de tráfico no Rubem Berta e no Mario Quintana, além de apreender armas e drogas. O delegado Souza diz que desarticulou mais de dez pequenas quadrilhas que atuam para ambas facções rivais, desde vendedores de entorpecentes até gerentes do tráfico.