A morte precoce da jovem Gracielli Degasperi Grandi, 17 anos, assassinada a tiros pelo ex-namorado na manhã desta segunda-feira, em Caxias do Sul, interrompeu sonhos que recém começavam a se realizar. Formada há pouco mais de um mês no ensino médio da Escola José Generosi, a moça vivia uma das melhores etapas da sua vida: havia passado no vestibular para Biologia e comemorava o ano de trabalho como jovem aprendiz no Multimercado Croata, ambos no bairro Forqueta.
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– Ela estava muito feliz com o final da escola. O sonho dela era ser Bióloga Marinha, além de comprar um Opala. Gostava muito de animais. Sempre foi e sempre será uma amiga muito especial, que fazia parte da minha família – conta o amigo William Lume da Silva, 16, que cresceu junto com a jovem.
Emocionada a vice-diretora da manhã do colégio onde Gracielli estudou desde pequena, lamenta o fim trágico de uma menina promissora.
– É difícil falar, estamos em choque. A Graci era extremamente meiga, querida por todos, tinha muitos amigos. Sempre que precisávamos de algo, ela era uma das primeiras a ajudar, muito prestativa. Tinha um futuro lindo pela frente. A escola está de luto – lamenta Marlove Gomes Pinto.
Filha adotiva, Gracielli morava desde bebê no bairro Forqueta. Vizinhos contam que a família fazia o possível e o impossível para dar uma boa educação para a garota.
– Ela era uma joia de menina. Foi criada como uma princesa, sempre cercada de amor, carinho e respeito. É triste demais – afirma uma vizinha que prefere não se identificar.
Na manhã desta segunda-feira, o ex-namorado de Gracielli, identificado como Tiago Tavares de Oliveira, 21, chegou até a residência dela, na Rua Amantino Tonietto, por volta das 9h. O rapaz foi recebido pelo ex-sogro. Após, Oliveira entrou no quarto da jovem e, em seguida, disparou ao menos três vezes. Gracielli estava dormindo e não teve reação: ela foi alvejada enquanto ainda estava deitada na cama.
A jovem manteve o relacionamento com o rapaz por cerca de três anos. Oliveira, inclusive, chegou a morar na residência da garota. Porém, conforme relatos de testemunhas, Gracielli havia terminado o relacionamento recentemente.
Após o crime, Oliveira, que é natural de Giruá e possui passagens pela polícia como menor infrator e por posse ilegal de arma, fugiu do local a pé. A Brigada Militar ainda faz buscas pela região.