Não é de hoje que os estabelecimentos comerciais da Avenida Assis Brasil sofrem com frequentes assaltos a mão armada. A região é uma das preferidas pelos criminosos, especialmente em função das diversas rotas de fuga existentes, segundo a polícia. Nesta quinta-feira, duas lojas foram alvos de ataques simultâneos de bandidos. Um dos crimes acabou vitimando Carlos Henrique Severo, de 39 anos. Ele foi baleado e morreu no hospital.
O 11° Batalhão de Polícia Militar, que faz o policiamento ostensivo de parte da Zona Norte, calcula que, em média, esses crimes aconteçam pelo menos uma vez ao dia. A incidência já foi maior, garante o major Douglas Soares, mas a região segue atrativa para a criminalidade.
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– Essa região entre o viaduto Obirici e a (Avenida) Francisco Trein é muito complicada. Por isso, nós reforçamos o policiamento. Mesmo assim, continuamos efetuando prisões rotineiras. Nessa zona, a média é de um roubo a estabelecimento comercial por dia – afirma.
O presidente do Sindilojas de Porto Alegre, Paulo Kruse, diz que houve um aumento preocupante nesse tipo de crime nos últimos meses. Ele entende que a "audácia" dos suspeitos é fruto do sucesso nos ataques.
– Como o custo para ter segurança de empresa grande é muito elevado, os lojistas têm contratado pessoas para fazer "bico". Não que o comércio queira isso, mas foi a alternativa que restou, o que é lamentável. O volume de assaltos tem sido muito grande. Os criminosos estão cada vez mais audaciosos pelo sucesso em suas ações – ressalta Kruse.
A morte de Carlos Henrique Severo foi o 33° latrocínio (roubo com morte) na Capital em 2016. Conforme levantamento exclusivo da editoria de Segurança do Grupo RBS, desde que este acompanhamento começou a ser feito, em 2011, este é o ano com maior incidência de latrocínios em Porto Alegre. Houve um aumento de 43,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Severo foi a sétima vítima em assaltos a estabelecimentos comerciais.
*Zero Hora