Dezesseis dias depois de estranhamente não aparecer para dar aula na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o professor de Química Daniel Thiele, 35 anos, foi encontrado morto. Com o apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, o corpo do gaúcho de Nova Petrópolis foi encontrado carbonizado no banco traseiro do próprio carro, em um canavial na cidade de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió.
Os levantamentos iniciais apontam que Thiele teria sido asfixiado com um arame e, em seguida, o corpo e o carro foram incendiados. Exames periciais deverão apontar a causa da morte. Ao queimar o veículo e o corpo, o objetivo dos criminosos, segundo a polícia, era dificultar a localização da vítima, além de atrapalhar as investigações.
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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Alagoas, duas pessoas foram presas suspeitas de participação no crime. Os irmãos Anderson Leandro Palmeira da Silva, de 30 anos, e Emerson Palmeira da Silva, 28 anos, foram identificados pela Polícia Civil após um deles usar o chip do telefone da vítima dias após o desparecimento de Thiele. À imprensa local, os suspeitos negaram o crime.
Em coletiva de imprensa, o delegado Filipe Caldas, titular da Seção Antissequestro da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), preferiu não dar detalhes sobre a motivação do crime. O delegado disse, apenas, que descartou a hipótese inicial de sequestro, visto que não havia movimentação bancária e também não foi realizado nenhum contato com a família da vítima desde o dia de seu desaparecimento, em 20 de setembro.
– No momento, ainda não é possível revelar a motivação do crime, mas as circunstâncias apresentadas apontam para um caso de homicídio qualificado – afirmou Caldas.
Formado desde a graduação (2004) até o doutorado (2010) em Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Thiele dava aulas no Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Ufal e morava sozinho em Maceió havia cinco anos. A família do professor, que mora na serra gaúcha, foi avisada sobre o desaparecimento pela universidade. Um irmão de Daniel, Marcelo Thiele, foi a Maceió acompanhar as investigações e lamentou o trágico desfecho.
– Prometi ao meu pai que eu atravessaria o país para encontrar meu irmão, vivo ou morto. E saio de Maceió com o coração apertado, mas com sentimento de dever cumprido – disse ele durante a coletiva de imprensa.
Ao G1, Marcelo disse que a última vez que a família teve contato com o professor foi no dia 18 de setembro, quando o pai deles conversou por telefone com o filho que estava em Maceió. Ele não teria notado nenhuma mudança no comportamento de Thiele. O irmão dele disse que toda a família foi surpreendida pela notícia do desaparecimento.