Uma reunião entre mais de 30 lideranças do norte do Rio Grande do Sul decidiu que os indígenas não vão a Brasília na reunião convocada para o dia 22 de maio no Ministério da Justiça. Em nota publicada no site do Conselho Indigenista Missionário, vinculado a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), eles criticam a prisão de líderes há uma semana e demora do governo federal em finalizar processos de demarcação dos territórios indígenas no Estado.
O grupo também impõe condições para retomar o diálogo e reclama da postura do ministro José Eduardo Cardozo, que segundo eles, 'deve parar com reuniões e mais reuniões'. Entre as reivindicações está a desapropriação de terras de agricultores na região de Rio dos Indios, em Vicente Dutra, área que já foi declarada reserva indígena, além de concluir processos de demarcação em Sananduva e assinar as portarias de declaração de área na aldeia de Votouro, em Faxinalzinho.
Os líderes indígenas ainda afirmam que a prisão de indígenas 'não serviu para amedrontar' e cobra a soltura dos cinco presos pela Polícia Federal na última sexta-feira (09). A nota cita ainda que os líderes 'não se responsabilizam pelo que possa acontecer' caso os homens não sejam libertados. Os índios cobram uma resposta por escrito e garantem que estão mobilizados para 'dar uma resposta a qualquer momento'.
A Justiça Federal de Erechim negou as liminares solicitadas pela defesa dos presos que pediam habeas corpus e o afastamento do delegado da Polícia Federal, Mário Vieira, e a anulação do inquérito. A solicitação para que os cinco presos ficassem submetidos à custódia da Fundação Nacional do Índio (Funai), também foi indeferida.