O que é?
A gagueira pode ser definida com um distúrbio da comunicação humana que afeta a fluência da fala.
Como ocorre?
Não existe apenas uma explicação específica. O ato motor da fala está ligado a diversos fatores como o sistema nervoso central, a musculatura, os nervos, alterações na língua e na mandíbula, entre outros.
Quais as causas?
Atualmente, acredita-se na existência de vários fatores, entre eles:
- Predisposição genética
- Interferência no sistema nervoso central
Quais os sintomas?
- Prolongamentos de palavras ou sílabas
- Boca não acompanha a articulação da palavra
- Uso frequentes de interjeições (ah!, né?)
- Repetições
- Simplificação de frases
- Movimentos não verbais como desviar o olhar, fechar ou piscar os olhos e movimentos com a cabeça
- Substituição de palavras durante a fala
Como é o tratamento?
Varia de acordo com a faixa etária e os sintomas do paciente. Por meio de um fonoaudiólogo, são utilizadas técnicas voltadas ao ritmo, à melodia, aos ajustes na produção da fala e na coordenação entre o respirar e o falar, entre outras. Segundo a chefe do serviço de fonoaudiologia do Hospital São Lucas da PUCRS, Ligia Motta, "não existe uma receita".
Existe cura?
A resposta ainda gera controvérsias entre especialistas. O tratamento pode contribuir no controle e na melhora do quadro. Mas nada impede a volta de episódios de gagueira ao longo da vida.
Como conviver com o diagnóstico?
Por vergonha ou por medo de deboche, muitos gagos evitam se comunicar no cotidiano. Ter o distúrbio costuma gerar sentimentos negativos, afetando a pessoa como um todo. Especialistas orientam que o indivíduo aceite o quadro e que procure ajuda profissional. Tratamento precoce é o melhor remédio para enfrentar o preconceito.
Fatores emocionais não são a causa da gagueira
É importante salientar que uma pessoa não se torna gago devido a questões psicológicas. O que acontece é o contrário: ela fica nervosa, ansiosa ou estressada por saber que tem o quadro, potencializando os sintomas.
Um alerta aos pais
Quando descoberto ainda na infância, a partir dos três anos, o quadro pode ser tratado com mais facilidade. Crianças em processo de aquisição da linguagem podem apresentar uma gagueira transitória – em torno de 80% dos casos são passageiros, mas precisam ser avaliados e orientados. A família, a escola e os pediatras devem ficar atentos aos sintomas.
Você sabia?
Gagueira não é empecilho para cantar. É porque se trata de um distúrbio de linguagem, cuja função se dá, predominantemente, no lado esquerdo do cérebro. Já a musicalidade é de dominância do lado direito. Ou seja: são caminhos cerebrais distintos.
Fontes: Ligia Motta, chefe do serviço de fonoaudiologia do Hospital São Lucas da PUCRS, e Fabiana Oliveira, professora do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Produção: Arthur Ruschel